Em Moçambique, muitos cidadãos consideram não ser justo que num país onde a maioria da população luta pela sobrevivência e não tem habitação condigna, o governo gaste valores exorbitantes para garantir o conforto a antigos dirigentes superiores do Estado, como são os casos de Marcelino dos Santos e Eduardo Mulémbwe, ambos ex-presidentes da Assembleia da República e que mantêm todas as mordomias inerentes aos cargos que ocuparam.
Uma notícia divulgada recentemente pelo jornal A Verdade, indica que a reabilitação da casa de Marcelino dos Santos, que para além de ter sido Presidente da Assembleia Popular, ocupou também vários cargos governamentais, custou ao Estado moçambicano, perto de três milhões de meticais (cerca de cem mil dólares americanos).
Enquanto decorria essa reabilitação, o histórico combatente da luta pela independência nacional, vivia numa casa luxuosa, que custou ao Estado mais de cinco milhões de meticais.
O jovem Ignésio Inácio, estudante do curso de Administração Pública na Universidade Eduardo Mondlane, diz que Marcelino dos Santos foi um dos defensores acérrimos de uma sociedade comunista, "mas hoje faz parte de uma elite que ostenta uma riqueza franciscana".
Para Ignésio, Marcelino dos Santos devia investir os seus rendimentos em coisas úteis à sociedade, "ao invés de pretender aparecer em hotéis e outras estâncias turísticas esbanjando dinheiro". O estudante defende também uma política de habitação mais abrangente e que não beneficie apenas os ex-dirigentes da Frelimo.
Por outro lado, o Estado moçambicano gastou cerca de 29 milhões de meticais (perto de um milhão de dólares americanos) na reabilitação de uma casa para a residência do antigo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwe. A este montante somam-se mais de três milhões de meticais aplicados em diversas actividades ligadas à ornamentação e alojamento da família.
“É muito dinheiro para custear a reabilitação da casa de um ex-dirigente, num país com um défice de medicamentos na ordem de 30 por cento, sobretudo quando se sabe que ele tem salários altos”, disse o jurista Fernando Manuel Nhantumbo, para quem “a paciência tem limites”.
O arquitecto Luis Rondinho diz não entender porque é que se gastou muito dinheiro nessas reabilitações, considerando que, eventualmente, com esse valor se possa ter construído novas habitações, não pondo de lado a possibilidade disso envolver esquemas de corrupção.
Refira-se que o Estado moçambicano investiu também cerca de 72 milhões de dólares na construção de um complexo presidencial, inaugurado recentemente, e está, neste momento, a negociar um crédito de mais de 443 milhões de dólares para a construção de uma cidadela parlamentar, na KaTembe, margem sul da baía de Maputo, havendo quem questione a pertinência deste investimento, nesta altura.
Ramos Miguel, VOA-Maputo
Uma notícia divulgada recentemente pelo jornal A Verdade, indica que a reabilitação da casa de Marcelino dos Santos, que para além de ter sido Presidente da Assembleia Popular, ocupou também vários cargos governamentais, custou ao Estado moçambicano, perto de três milhões de meticais (cerca de cem mil dólares americanos).
Enquanto decorria essa reabilitação, o histórico combatente da luta pela independência nacional, vivia numa casa luxuosa, que custou ao Estado mais de cinco milhões de meticais.
O jovem Ignésio Inácio, estudante do curso de Administração Pública na Universidade Eduardo Mondlane, diz que Marcelino dos Santos foi um dos defensores acérrimos de uma sociedade comunista, "mas hoje faz parte de uma elite que ostenta uma riqueza franciscana".
Para Ignésio, Marcelino dos Santos devia investir os seus rendimentos em coisas úteis à sociedade, "ao invés de pretender aparecer em hotéis e outras estâncias turísticas esbanjando dinheiro". O estudante defende também uma política de habitação mais abrangente e que não beneficie apenas os ex-dirigentes da Frelimo.
Por outro lado, o Estado moçambicano gastou cerca de 29 milhões de meticais (perto de um milhão de dólares americanos) na reabilitação de uma casa para a residência do antigo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwe. A este montante somam-se mais de três milhões de meticais aplicados em diversas actividades ligadas à ornamentação e alojamento da família.
“É muito dinheiro para custear a reabilitação da casa de um ex-dirigente, num país com um défice de medicamentos na ordem de 30 por cento, sobretudo quando se sabe que ele tem salários altos”, disse o jurista Fernando Manuel Nhantumbo, para quem “a paciência tem limites”.
O arquitecto Luis Rondinho diz não entender porque é que se gastou muito dinheiro nessas reabilitações, considerando que, eventualmente, com esse valor se possa ter construído novas habitações, não pondo de lado a possibilidade disso envolver esquemas de corrupção.
Refira-se que o Estado moçambicano investiu também cerca de 72 milhões de dólares na construção de um complexo presidencial, inaugurado recentemente, e está, neste momento, a negociar um crédito de mais de 443 milhões de dólares para a construção de uma cidadela parlamentar, na KaTembe, margem sul da baía de Maputo, havendo quem questione a pertinência deste investimento, nesta altura.
Ramos Miguel, VOA-Maputo