Moçambique e Cabo Verde estão entre os 39 países que precisam de assistência alimentar, revela um relatório publicado nesta quinta-feira, 20, pela Organização da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
O documento “Perspectivas de Colheitas e Situação Alimentar" indica que, 31 daqueles países estão em África, sete na Ásia e um nas Caraíbas.
Conflitos longos e eventos climáricos extremos estão na origem da situação.
Em Moçambique, a situação de insegurança alimentar deve-se principalmente às secas e pragas que causaram descidas na produção no sul e algumas áreas do centro do país.
A FAO aponta que cerca de que 891 mil pessoas enfrentem insegurança alimentar, a maioria em Tete, no centro, e outras áreas de Gaza, no sul.
A boa notícia para 2018 é que a produção de cereais deve aumentar.
Entre os lusófonos Cabo Verde é também citado como enfrentando insegurança alimentar devido às escassas chuvas no ano passado,
A FAO alerta que cerca de 21 mil pessoas, ou seja 4 por cento da população cabo-verdiana, vive num nível de crise ou acima dela.
O relatório acrescenta que esta situação revelada há três meses pela FAO não sofreu qualquer alteração desde então.
Redução de cereais
A redução da produção de cereais é apontada como a principal causa da situação alimentar nos países analisados.
Este ano, devem ser produzidos 2.587 milhões de toneladas, o valor mais baixo dos últimos três anos e 2,4% abaixo do nível recorde do ano passado.
Apesar dessa descida, a produção nos 52 países de baixa renda com falta de alimentos deve ser 490 milhões de toneladas, cerca de 19 milhões acima da média dos últimos cinco anos.
Os conflitos e o deslocamentos da população continuam a ser as principais causas na África Oriental e no Médio Oriente.
Na República Centro Africana, estima-se que 2 milhões de pessoas, ou seja 43% da população, enfrentem situação de insegurança alimentar.