O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, classificou nesta sexta-feira, 22, de “inconcebível” o pedido de apreensão do celular do Presidente Jair Bolsonaro em queixa-crime no inquérito que analisa a suposta interferência dele na Polícia Federal.
Heleno, militar e braço direito de Bolsonato avisa que uma decisão nesse sentido pode ter “consequências imprevisíveis” para a estabilidade nacional.
Em nota, o ministro “alerta as autoridades constituídas” que a apreensão seria uma “evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os Poderes” e uma “afronta” ao Presidente da República.
A queixa-crime, apresentada por partidos de oposição, foi enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo juiz do Supremo Tribunal Federal,Celso de Mello, , relator do inquérito.
O envio do pedido à PGR para que ela se manifeste a respeito é praxe em investigações.
Após o comunicado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, disse que Augusto Heleno deveria deixar o ano de 1964 (quando foi implementada a ditadura militar) e buscar contribuir para o país no tempo presente.
"As instituições democráticas rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #ficaemcasa", escreveu Santa Cruz.