A polícia sudanesa usou gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes nas ruas da capital, Cartum, e em todo o país neste domingo, 19, que protestavam contra o golpe militar de Outubro e o acordo que reintegrou o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, mas deixou de fora o movimento pró-democracia da sociedade civil, que convocou os protestos.
As manifestações marcaram o terceiro aniversário do início dos protestos que levaram ao afastamento do antigo ditador, Omar al-Bashir, e do seu Governo por militares em Abril de 2019.
Os manifestantes empunhavam bandeiras do país e brancas, nas quais estavam impressos rostos de cidadãos mortos durante a revolução de então e já sob o Governo dos militares.
Antes dos protestos, as autoridades do Sudão reforçaram a segurança em toda a capital, com barricadas para impedir o acesso a edifícios governamentais e militares, evitando que os manifestantes cheguem ao quartel-general dos militares e ao palácio presidencial.
Também foram bloqueadas as principais estradas e pontes que ligam Cartum e Omdurman através do rio Nilo.
Os protestos foram convocados pelo movimento pró-democracia que liderou a revolução contra al-Bashir e assinou um acordo de divisão do poder com os generais a seguir à queda do antigo ditator, mas que não tem sido respeitado.
Desdo o golpe já morreram 45 pessos em protestos.