Médicos formados na República Democrática do Congo (RDC) queixam-se de estarem a ser impedidos de exercerem a profissão pela Ordem dos Médicos de Angola, mesmo depois da acreditação do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES).
Entretanto, o director do Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomíases diz que os queixosos não passam de falsos médicos.
De acordo com o decreto 68/97 de 19 de Setembro do Conselho de Ministros, o exercício da medicina em Angola depende da inscrição na Ordem dos Médicos.
Entretanto, muitos cidadãos que se dizem ter formado em medicina na RDC dizem não ter sido aceites pela Ordem do Médicos, mesmo depois de terem entregue a documentação relativa ao estágio exigido.
A denúncia é de Kokolomani Ngandi Clemente, acusado de ser um falso médico pela Ordem junto do Serviço Nacional de Investigação (SIC).
A denúncia não foi confirmada.
Clemente diz que existe na Ordem dos Médicos interesses particulares de outros profissionais que impedem determinados recém-formados de exercem a profissão.
Outro formado que diz estar a ser impedido de exercer a profissão é Toto Yumbi Willy, ouvido pelo SIC.
Toto denuncia a existência de pessoas que estão acima da lei.
“Mesmo tendo sido levado ao SIC e com toda documentação dada pelas autoridades não somos aceites pela ordem”, lamentou.
Acusações
A VOA contactou o Bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Carlos Pinto, que não quis prestar qualquer declaração sobre o assunto.
Entretanto, o director do Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomíases, Josenando Teófilo, antigo membro da Ordem dos Médicos, acusado de influenciar o não reconhecimento daqueles profissionais, disse à VOA que há mais de 40 acreditações falsas e que os queixosos não passam de falsos médicos.
Ele questiona por que não foram detidos pelo SIC, acrescentando que “existem muitas influências politicas dentro da ordem”.
Uma fonte da Ordem dos Médicos disse à VOA que vários processos de alegados falsos médicos já se encontram em tribunal.