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Maputo deporta malawianos e aumenta tensão com Lilongue


Malawiano durante escolta em Tete (Foto de Arquivo)
Malawiano durante escolta em Tete (Foto de Arquivo)

As autoridades moçambicanas repatriaram no sábado passado 15 malawianos que entraram em Moçambique, onde está em vigor o estado de emergência por causa da Covid-19, e confiscaram os seus bens, traduzindo as tensões que ao longo dos anos têm marcado as relações entre os dois países.

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O incidente ocorreu na vila de Mecanhelas, província do Niassa, , onde os malawianos já haviam comprado produtos alimentares ,e para agravar ainda mais a situação, alguns deles, aparentemente, apresentavam sintomas da Covid-19.

"Esta é uma infração grave porque do rastreio feito a esses malawianos, confirmou-se que três deles apresentavam uma temperatura acima do normal, que é um dos sintomas da Covid-19", considerou o administrador distrital de Mecanhelas.

Calisto Mussa afirmou estarem em investigação as circunstâncias em que os malawianos entraram em Moçambique, onde está em vigor o estado de emergência.

Este incidente ocorreu quando ainda não está esclarecido um outro em que dois moçambicanos foram mortos no Malawi, há cerca de duas semanas, acusados de transportarem a Covid-19 para aquele país vizinho.

Vários incidentes têm sido reportados no relacionamento entre os dois países e, para além da morte dos dois moçambicanos, houve um outro em que agentes da polícia malawiana entraram em Moçambique, onde agrediram e detiveram 11 pescadores moçambicanos no Lago Amaramba, no Niassa.

Para Alberto Mucavele, é difícil lidar com a história das relações entre Moçambique e o Malawi, que têm sido afectadas por divergências de natureza política, económica e social.

O professor Sebastião Matusse considera que tendo em conta essas situações, recorrentes, Moçambique devia avançar para a crispação de posições, mas há quem afirme que do ponto de vista estratégico e geoestratégico "seria um tremendo erro".

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