Links de Acesso

MADEM-G15 dá prazo ao Presidente para dissolver o Parlamento guineense


Braima Camará, coordenador do MADEM-G15, Guiné-Bissau
Braima Camará, coordenador do MADEM-G15, Guiné-Bissau

"Vamos assumir a crise, porque a crise está instalada", afirmou o vice líder parlamentar que acusou o presidente do Parlamento de violar o regimento.

O Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), segunda força na Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, deu ao Presidente da República até 1 de Julho de 2024 para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas.

O partido, de que Umaro Sissoco Embaló é fundador e foi sua principal bandeira na campanha para as legislativas do passado 4 de Junho, justifica o pedido com afirmações do presidente do Parlamento que, segundo o MADEM-G15, atua como primeiro-ministro, considera o Parlamento propriedade privada e que tem violado a lei.

"A Assembleia tem que cair", disse o vice-presidente da bancada parlamentar do Madem-G15, José Carlos Macedo Monteiro, em conferência de imprensa nesta quinta-feira, 28, na qual sublinhou que Domingos Simões Pereira está "a afrontar" o Presidente da República.

"Sissoco não pode brincar connosco"

Este posicionamento surge depois de ontem o presidente da ANP ter classificado de "inaceitáveis e desenquadradas" as declarações de Umaro Sissoco Embaló que anunciou as eleições presidenciais para 24 de novembro de 2025 e considerou que as comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, no passado dia 24 em Madina de Boé, foram de um partido, neste caso do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Acompanhado dos deputados da sua bancada, Macedo Monteiro afirmou que "o Presidente da República tem que assumir as suas responsabilidades, ou é Presidente de todos os guineenses e garante de estabilidade ou vai para casa".

"O Sissoco não pode brincar connosco, se não assumir a sua responsabilidade, vamos pôr as pessoas na rua", ameaçou o vice líder parlamentar do partido dirigido por Braima Camará.

"A crise está instalada"

Macedo Monteiro disse entender que a lei manda esperar um ano depois das eleições e que vai "respeitar a lei, mas a 1 de julho tem que cair a Assembleia".

Ele prometeu realizar "manifestações contra o Presidente (da República), se não tomar a decisão".

Macedo Monteirole acrescentou que Domingos Simões Pereira, que é também presidente do PAIGC e concorreu contra Sissoco Embaló às Presidenciais, está a fazer do Parlamento "propriedade privada" e que "discursa como se fosse primeiro-ministro, como se fosse Presidente da República".

"Vamos assumir a crise, porque a crise está instalada", afirmou o parlamentar quem acusou o presidente do Parlamento de violar o regimento ao não distribuir atempadamente a convocação das comemorações da Independência Nacional.

José Carlos Macedo Monteiro concluiu que nenhum deputado recebeu os seus salários ainda e pediu a intervenção do Procurador-geral da República para saber onde está o dinheiro do Parlamento.

Nem o Presidente da República, nem o presidente da ANP se pronunciaram ainda.

Fórum

XS
SM
MD
LG