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Má qualidade da educação entrava crescimento brasileiro


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Confederação da Indústria alerta para os riscos do “apagão” da mão-de-obra qualificada no país

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) do Brasil alerta para a urgência de uma revisão no sistema educacional brasileiro que tem colocado no mercado profissionais despreparados e com deficiências na formação básica.

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Para os empresários do sector da indústria, a crise na educação brasileira já coloca em risco o crescimento do país. A preocupação foi confirmada por uma pesquisa feita pela Confederação junto de mais de 1.700 empresas: 40% das pesquisadas confirmaram o temor.

O gerente de Estudos e Prospectiva da CNI Márcio Guerra não tem dúvidas de que a má formação do brasileiro prejudica o sector industrial e já representa um obstáculo para o crescimento do Brasil.

“Esse é um problema que vem acontecendo há um bom tempo. As pessoas que entram no mercado têm apresentado muitos problemas e isso é um entrave para o crescimento, sobretudo, da produtividade e da competitividade dos produtos brasileiros internamente e externamente”, afirma. “As evoluções são muito lentas e os requisitos cada vez são maiores para que você possa se ingressar no mercado de trabalho”, completa Guerra.

O gerente da CNI alerta que os profissionais estão chegando cada vez mais despreparados no mercado de trabalho. E o mais preocupante: com sérios problemas na formação básica. “Esses profissionais apresentam dificuldades que vão além do conhecimento técnico que a indústria requer. São conhecimentos construídos a partir da educação básica”, completa.

“Hoje, um aluno que sai do ensino médio, a maior parte, não domina a questão da razão, da fração. Este é conhecimento que dentro do mundo industrial é crucial. Imagina uma pessoa monitorando a pressão de uma máquina, a temperatura. Ela lida com proporções o tempo todo. Se lá na base o aluno não sai com esse conhecimento muito claro, com certeza, ele terá dificuldade no momento seguinte, quando ele terá que colocar em prática esse conhecimento", exemplifica Márcio Guerra.

O analista da CNI lembra que outros emergentes já fizeram movimentos há décadas para enfrentarem os problemas na área da educação, mas o Brasil está perdendo tempo. “Alguns emergentes também passaram por esses problemas, mas fizeram mudanças estruturais nos seus modelos educacionais. No caso brasileiro, as evoluções são muito poucas, nos últimos 10 anos. Na Coreia, na China, as transformações começaram há 20, 30 anos. Nós perdemos um bom tempo e isso é crucial para a nossa indústria. Hoje, o empresariado brasileiro entende que a questão central da competitividade é a questão educacional” diz.

De acordo com a análise de Márcio Guerra, o alerta é claro: é preciso mudar com urgência. “É preciso rever, é preciso aproximar a teoria da prática. É preciso construir o link da aplicação do conhecimento teórico à prática. É preciso repensar uma séria de questões, como o número de disciplinas e a abordagem delas. E, sobretudo, manter o jovem interessado nesse conteúdo sabendo que existe uma aplicação prática no mundo do trabalho”, conclui.
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