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Luísa Diogo e Aires Aly trabalham estratégia para Presidenciais moçambicanas


Moçambique Luísa Diogo e Aires Aly
Moçambique Luísa Diogo e Aires Aly

Diogo pediu um encontro com o também Presidente da Frelimo, Armando Guebuza, para anunciar a decisão de submeter a sua candidatura

A ex-primeira-ministra de Moçambique, Luísa Diogo, viu reforçada a sua campanha para ser candidata da Frelimo às presidenciais de Outubro próximo, com o anúncio da candidatura do também antigo Primeiro-Ministro Aires Aly, com quem tem excelentes relações, no que é visto como uma estratégia para a dispersão de votos, para benefício de Diogo, numa luta que promote ser bastante renhida.

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Luísa Diogo, ex-primeira-ministra de Moçambique
Luísa Diogo, ex-primeira-ministra de Moçambique
Luísa Diogo, que numa recente sondagem saíu disparada com 57 por cento das preferências dos inquiridos, tem estado a conduzir com astúcia e inteligência os seus esforços para uma eventual sucessão de Armado Guebuza na Presidência da República.

Na passada quarta-feira, 26, Diogo pediu um encontro com o também Presidente da Frelimo, Armando Guebuza, para anunciar a sua decisão de submeter a sua candidatura, para alem das três que já haviam sido anunciadas pela Comissão Política do Partido.

A Voz da América soube que, na ocasião, Luísa Diogo pediu “instruções” ao Presidente do Partido para essa candidatura, tendo Guebuza afirmado que estava no seu direito fazê-lo, desde que não entre em choque com os estatutos deste Partido actualmente no poder em Mocambique.

Aires Aly na corrida

O anúncio da decisão de Diogo coincide com o de Aires Aly, tido como uma das figuras muito próximas da ex-primeira-ministra.

Este facto associado a outros elementos, leva algumas pessoas a acreditarem tratar-se de uma estratégia para a dispersão de votos.

Se houver uma grande dispersão de votos, isso pode prejudicar os outros candidatos, nomeadamente, Alberto Vaquina, actual primeiro-ministro, José Pacheco, ministro da Agricultura, Filipe Nyussi, ministro da Defesa Nacional e Eduardo Mulémbwe deputado e antigo Presidente da Assembleia da República,

A "traição" de Diogo

Luísa Diogo, apesar de ser considerada a melhor preparada e razoavelmente reputada para garantir a vitória presidencial, tem algumas questões que não abonam a seu favor. Entre elas destaca-se o facto de, na aplicacão da Lei de Probidade Pública, ela ter decidido abandonar a Assembleia da República, para ficar no Banco Barclays, onde é Presidente do Conselho de Administração.

Nas hostes da Frelimo, isso é visto como uma traição, numa altura em que a bancada parlamentar da Frelimo precisava de uma pessoa muito bem capacitada como ela.

As hipóteses de Aly

Aires Aly, que foi substituído, no cargo de primeiro-ministro, por Alberto Vaquina, não parece ter muitas hipóteses de vencer a corrida, sobretudo por já não ser da confiança do Presidente do Partido.

Do ponto de vista de alguns analistas, Aires Aly, quando era primeiro-ministro, "geriu mal" o caso dos muçulmanos, quando há alguns anos, estes eram as principais vitimas de rapto em Moçambique, o que não agradou ao chefe de Estado.

Machel "deu o ar da sua graça" na sessão do CCF

Graca Machel durante uma visita ao Zimbabué, numa missão para defender os direitos das crianças naquele país
Graca Machel durante uma visita ao Zimbabué, numa missão para defender os direitos das crianças naquele país
Entretanto, o início da sessão do Comité Central da Frelimo (CCF) foi marcado por um episódio protagonizado por Graça Machel, que exigiu a inclusão dos históricos da Frelimo nas discussões sobre assuntos delicados, o que não é prática em eventos desta natureza.

Aparentemente, a viúva de Samora Machel e de Nelson Mandela, esperava uma reacção negativa de Armando Guebuza, o que iria provocar um “caso” político, mas este acabou aceitando a exigência.

Para muitos analistas, o processo de sucessao de Guebuza está muito longe de ser pacífico, a julgar pela proliferação de candidatos.

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