A polícia do Uganda voltou a prender, hoje, Kizza Besigye, líder da oposição derrotado nas eleições da semana passada.
Antes de ser detido, Besigye havia considerado as eleições fraudulentas.
Besigye foi detido quando se preparava para ir à sede da Comissão de Eleições, na capital Kampala, reunir dados para preparar uma reivindicação formal.
É a quarta detenção de Besigye em oito dias. O porta-voz da policia de Kampala, Patrick Onyango, disse que Besigye foi detido por ter mobilizado jovens para assaltarem a Comissão de Eleições.
O governo do Uganda anunciou que Museveni ganhou as eleições de quinta-feira com uma margem de 60.8 por cento contra 35.4 de Besigye.
O advogado Peter Magelah, gestor de projectos na organização Chapter Four, disse que Besigye poderá contestar o resultado das eleições num período de dez dias após o anúncio.
“Se o partido no poder acredita que ganhou genuinamente, então que o deixem contestar. Se não houver evidência, ele perderá a causa em tribunal,” disse Magelah.
Em vez da detenção, Magelah opinou que as forças de segurança deveriam ter facilitado os planos de Besigye de busca de evidência de forma segura e sem colocar outros em risco.
Mas o advogado Roberto Kirunda tem outra opinião. Acha que a polícia poderia ter procurado provas para Besigye, uma vez que indo buscar sozinho poderia resultar em perturbações à paz.
Kirunda sublinha que Besigye foi detido antes de ter cometido qualquer transgressão.
A oposição e observadores internacionais criticaram o modo como as eleições foram geridas.
Museveni desqualificou, por exemplo, críticas de observadores da União Europeia sobre o ambiente de intimidação e falta de transparência nas eleições.
No poder desde 1986, Museveni disse à imprensa que não acredita no sistema de alternância de mandatos.