Os países africanos de língua portuguesa continuam na parte inferior do Índice de Liberdade Económica de 2017, da Heritage Foundation, divulgado nesta quinta-feira, 16.
Cabo Verde é o melhor colocado, na 116ª. posição, com 56,9 pontos em 100, no grupo de economias maioritariamente não livres, mas foi aquele que teve a maior queda em relação a 2016.
No ano passado, o arquipélago ocupou a 57ª. posição, o que, segundo os autores do estudo se deve ao facto de se ter beneficiado “da manutenção da moderada estabilidade monetária e de uma relativamente elevada abertura de mercado que facilitou as trocas comerciais e investimento" externo.
Entretanto a Heritage Foundation diz que o país repeita os benefícios para a economia de “um quadro jurídico sólido e transparente”.
A Guiné-Bissau é o único lusófono que subiu, passando do lugar 145 para 119, embora o "dinamismo do sector privado continue constrangido".
O relatório aponta no entanto para as “limitadas tentativas de reforma estrutural” que geraram um progresso “desequilibrado no desenvolvimento económico”.
Com 55,4 pontos em 100, São Tomé e Príncipe surge na 124ª. posição, ainda no grupo de países maioritariamente não livres.
Moçambique e Angola na cauda
As duas maiores economias lusófonas em África também desceram e integram o grupo de economias reprimidas.
Com 49,9 pontos, Moçambique está no lugar 158, enquanto Angola obteve 48.5 pontos, ocupando a 165ª. posição.
As reformas para incentivar o desenvolvimento em Moçambique são consideradas positivas, de acordo com o estudo que, no entanto, considera que “o progresso tenha sido muito gradual" e que a privatização das empresas estatais abrandou.
“O grande choque estrutural resultante da queda dos preços do petróleo” foi apresentado como a principal causa da queda de Angola e a sua manutenção na cauda do Índice de Liberdade Económica, que ainda alerta para a incerteza das receitas do petróleo.
Quanto aos demais países lusófonos, Portugal caiu 13 lugares e agora ocupa o 77º, no grupo dos maioritariamente livres, enquanto o Brasil desceu da 122.ª para a 140.ª posição.
O documento aponta como causas para esta queda a crise política e a redução dos preços.
O país pior classificado é Timor-Leste, na posição 173.
O Índice de Liberdade Económica diz, no entanto, que a liberdade económica avançou na maioria dos países do mundo durante o ano passado.
A nível global houve um aumento de 0,2 ponto para um nível recorde de 60,9 na escala 0-100.
No índice 2017 em que estão 186 países, 103 países, a maioria dos quais são economias menos desenvolvidas ou emergentes, apresentaram avanços na liberdade económica.