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Líderes religiosos da Huila questionam Operação Resgate


Lubango
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Comandante da Polícia Nacional rejeita a ideia da operação combater os pobres

A Operação Resgate, em curso em Angola desde o dia 6 de Novembro, detectou na província da Huíla vários estabelecimentos comerciais a exercerem a actividade com o mesmo alvará comercial, uma situação que configura infração grave.

Os documentos são de cidadãos nacionais que, em geral, os cedem a estrangeiros que exploram as chamadas cantinas espalhadas pela cidade.

Alguns comerciantes visados pela acção se recusam a prestar declarações à VOA por temerem eventuais represálias.

Líderes religiosas questionam o objectivo da operação.

Operaçao Resgate é guerra aos pobres dizem cléricos na Huíla - 1:53
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O director do Comércio e Indústria da Huíla, Machado Quilende, diz estar em curso um trabalho de investigação para perceber o alcance das irregularidades.

“Só depois de termos esses alvarás então chegaremos aos seus proprietários para podermos perceber se de facto temos alguns elementos da inspeção ou não e só assim teremos uma ideia fixa a respeito”, explica.

O outro foco da operação resgate é o combate ao comércio informal que se enraizou nas cidades angolanas e ganha visibilidade com o exército de jovens e mulheres ambulantes.

Algumas vozes das comunidades religiosas na Huíla também se fizeram ouvir.

O frei Joaquim Hangalo não tem dúvidas de que a operação resgate visa combater os pobres.

“Não sei quem pensou nesta Operação Resgate. Esses mesmos agentes da polícia que vão atrás das pessoas têm famílias pobres, quem vai sustentar essas famílias? O Governo criou condições para dar de comer às crianças dessas famílias ou o governo pensa que essas pessoas vendem na rua por mania”, questiona Hangalo.

Por seu lado, o pastor evangélico José Abias pede cautela na actuação da polícia por entender que alguns dos vícios que enfermam a sociedade angolana servem de sustento para muitas famílias.

«Vai haver alguns problemas com certeza, mas esperamos que no fim do dia tenhamos cidades muito melhores, tenhamos um país normal”, afirmoa o pastor.

Entretanto, o comandante Polícia Nacional, comissário, Arnaldo Carlos, rejeita a ideia da operação combater os pobres.

«Eu não sei se ordenar o trânsito organizar a transportação das pessoas, evitar que as pessoas se façam transportar em motorizadas sem uso de capacetes ou se faça transportar numa motorizada cinco seis pessoas incluindo crianças não sei se isso é combater os pobres, não”, diz Carlos.

A Operação Resgate em curso no país visa, segundo as autoridades, “limpar as ruas de práticas ilegais”.

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