O Presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, pediram neste domingo, 24, que os vários Estados membros cheguem a um acordo para enfrentar o desafio da crise migratória, superando a falta de consenso que paralisa a União Europeia (UE) nesta difícil questão.
Os líderes francês e alemã reuniram-se com os seus colegas de 14 países europeus para um "encontro informal" em Bruxelas, organizado num clima de fortes tensões, principalmente devido às políticas do novo Governo de direita da Itália.
O presidente francês, alvo da revolta de Roma depois de sua proposta de "centros fechados" para os migrantes nos países de chegada, evocou neste domingo medidas que respeitem "os valores da Europa" e citou "os direitos do povo", bem como respeito e solidariedade entre os Estados-membros do bloco.
A "solução europeia" defendida por Macron "será construída exclusivamente sobre a cooperação entre os países-membros da UE, seja uma cooperação dos 28 ou entre os vários estados que decidirem avançar juntos", enfatizou Macron.
Angela Merkel, por sua vez, fez coro às palavras do dirigente francês.
A cúpula marcada para 28 e 29 de Junho em Bruxelas "ainda não fornecerá uma solução abrangente para o problema da migração e, portanto, também são necessários acordos bilaterais ou trilaterais de interesse mútuo", explicou Merkel.
Os dois líderes também enfatizaram necessidade de resolver o problema dos "movimentos secundários", ou seja, os solicitantes de asilo que se deslocam para a UE, ao invés de permanecer no país onde estavam esperando por uma decisão sobre o caso.
O encontro deste domingo, organizado pela Comissão Europeia, deveria, inicialmente, reunir oito países (França, Alemanha, Itália, Espanha, Áustria, Bulgária, Grécia e Malta) para preparar a agenda da cimeira prevista para 28 e 29 de Junho.
O número de participantes acabou por dobrar, depois que oito outros Estados pediram para participar (Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Eslovênia e Croácia).
Os do grupo de Visegrad (Polónia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia) disseram que não estavam interessados.