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Julgar Chang em Moçambique pode ser uma farsa, dizem analistas


Manuel Chang
Manuel Chang

Algumas correntes de opinião defendem que com o julgamento, em Nova Iorque, de alguns dos principais acusados das dívidas ocultas, Manuel Chang deixou de ser peça fundamental nesse processo, pelo que ele deve ser julgado em Moçambique, mas outras consideram que fora dos Estados Unidos, tudo pode não passar de uma farsa.

Julgar Chang em Moçambique pode ser uma farsa, dizem analistas
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Várias organizações da sociedade civil, entre as quais o Fórum de Monitoria do Orçamento, batem-se pela extradição de Manuel Chang para os Estados Unidos, para ser julgado pelos crimes de que é acusado pela justiça norte-americana, relacionados com as dívidas não declaradas.

"Ele é o "pivot" deste escândalo financeiro", considerou Anastácio Bila, da organização "Justiça Social", acrescentando que "um julgamento de Manuel Chang em Moçambique não vai passar de uma farsa".

Mas, para o analista Egídio Vaz, Chang nunca foi peça fundamental no processo em julgamento em Brooklyn.

Vaz reconhece haver um interesse jurídico neste processo, "mas que está a ser suplantado pelo interesse político, em manchar e projectar certas pessoas".

Para Vaz, "é dentro deste interesse político que Manuel Chang foi transformado numa peça fundamental do processo em julgamento nos Estados Unidos".

Entretanto, o analista Fernando Mbanze diz ser importante que Manuel Chang seja julgado nos Estados Unidos da América, realçando que "isso vai fazer com que conheçamos os nomes de outras pessoas envolvidas neste desfalque financeiro".

A mesma opinião tem o analista João Mosca, para quem existe o receio de que nos Estados Unidos, Manuel Chang, em defesa da sua própria pessoa, possa denunciar eventuais destacadas figuras políticas envolvidas no esquema das dívidas ocultas.

Para João Mosca, "este é um risco muito alto que as autoridades nacionais têm, e por isso a grande força que estão fazendo para que Manuel Chang não vá para os Estados Unidos".

De acordo com aquele analista, Manuel Chang, ao regressar a Moçambique, goza da sua imunidade como parlamentar, porque "ainda não está clara a questão da sua imunidade como deputado da Assembleia da República, ".

O analista Laurindos Macuácua diz não entender os esforços das autoridades moçambicanas para que Manuel Chang seja julgado em Moçambique. "Aqui o julgamento vai ser uma farsa", considerou Laurindos Macuácua.

Refira-se que se espera para breve uma decisão das autoridades sul-africanas sobre o país para onde Manuel Chang deve ser extraditado.

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