O Tribunal Provincial de Justiça de Luanda adiou para as 9 horas desta terça-feira, 27, o julgamento sumário de uma centena de activistas e políticos detidos no sábado, 24, durante uma manifestação reprimida pela Polícia Nacional (PN).
Os detidos foram levados ao tribunal por volta das 11 horas, mas várias questões prévias atrasaram o início do julgamento.
Uma fonte conhecedora do processo disse à VOA que a maioria dos detidos será acusada dos crimes de ofensas corporais e de danos materiais e destruição de bens.
Entretanto, o advogado Zola Bambi, que detende alguns dos detidos, afirmou que as acusações “não estão muito fundamentadas”, mas não deu mais detalhes.
Alguns dos detidos não queriam regressar às celas por não terem as mínimas condições para passarem mais uma noite.
Dois dos detidos estão com Covid-19, aumentando o temor do alastramento da doença na cadeia.
A VOA apurou que entre os detidos há oito menores de idade.
O dia de ontem, segunda-feira, foi muito agitado com mais de duas centenas de pessoas a exigir a libertação dos 90 homens e 13 mulheres detidos no sábado, quando a PN reprimiu uma manifestação organizada por activistas e com o apoio da UNITA contra o alto nível de desemprego e a favor da marcação das eleições autárquicas, alegadamente por violarem um decreto presidencial que entrou em vigor no mesmo dia 24 e que proibe aglomerações de mais de cinco pessoas na via pública.
A PN reforçou a sua presença, houve alguma tensão e muitos presentes impediram os profissionais da Televisão Pública de Angola e da TV Zimbo de fazerem o seu trabalho.