O julgamento do activista José Marcos Mavungo, acusado de organizar uma manifestação contra a violação dos direitos humanos e a governação em Cabinda, começa esta terça-feira, 25.
Mavungo foi preso a 14 de Março, quando saía da missa, alegadamente por estar por trás de uma marcha que devia realizar-se nesse dia.
A marcha foi abortada depois de a polícia ter praticamente militarizado as ruas de Cabinda, depois do chefe da Casa Civil da Presidência da República Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, Kopelipa.
Aliás, no mesmo dia foi preso também o presidente da Ordem dos Advogados de Angola em Cabinda Arão Tempo, quando estava na fronteira a caminho da República do Congo para tratamento.
Tempo foi solto dois meses depois e aguarda o julgamento em liberdade.
José Marcos Mavungo encontra-se muito doente, segundo várias pessoas que o visitaram na prisão, entre elas o presidente da Unita Isaías Samakuva.
O activista incorre a uma pena de até 15 anos de prisão por crime de rebelião na província de Cabinda.
Entretanto, os advogados de defesa de Mavungo dizem não existir provas contra ele.
Os organizadores da marcha de Março sobre a violação dos direitos humanos e da má governação da província de Cabinda consideram infundadas e falsas as acusações feitas contra Mavungo e desmentem terem sido os autores dos panfletos juntos ao processo pela polícia.
Segundo Alexandre Fernandes, um dos organizadores da manifestação, “a marcha foi organizada pela sociedade civil”.
Por esta razão, Fernandes interroga-se sobre a motivação da prisão de José Marcos Mavungo e por que outros membros da organização foram convocados para declararem no julgamento do activista.
Mavungo tem recebido o apoio de activistas, personalidades, partidos políticos e organizações da sociedade civil.
A Amnistia Internacional também manifestou a sua preocupação pelo prisão do activista.