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Julgamento de Trump arranca com duro debate entre republicanos e democratas.


Senado
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Os primeiros debates no Senado americano do julgamento da impugnação do Presidente Donald Trump arrancaram na tarde desta terça-feira, 21, com debates quentes sobre as regras do processo.

Trump é acusado de abuso de poder ao pedir ao Governo da Ucrânia para investigar a família do seu provável adversário político na eleição de Novembro, Joe Biden, e de obstrução do Congresso por tentar impedir depoimentos e deixar de entregar documentos.

A sessão de abertura foi marcada por uma série de tentativas do Partido Democrata para forçar a votação sobre a convocação de testemunhas ou intimar a apresentação de documentos.

Porém, todas as propostas apresentadas pelo líder da oposição, Chuck Schumer, foram rejeitadas.

Caso o Partido Democrata convença a maioria republicana a aceitar testemunhas, a duração do julgamento deve ser ampliada.

Pela proposta apresentada pelo líder da maioria, Mitch McConnell, a acusação e defesa terão 24 horas cada — divididas ao longo de três dias — para apresentar os argumentos iniciais

Em seguida, os senadores, que actuam como um grande júri, terão 16 horas para fazer perguntas por escrito.

Outra votação vai definir se o Senado ouvirá ou não as testemunhas que não depuseram durante a fase de investigação na Câmara dos Representantes.

Mudanças

Antes dos debates, o líder republicano, McConnell, havia prometido apresentar um processo semelhante ao da impugnação de Bill Clinton em 1999, que foi absolvido.

Porém, os senadores do Partido Democrata alegaram que há diferenças consideráveis entre os dois processos e disseram que o projecto apresentado favorece Trump.

Uma das propostas mais polémicas era a divisão dos debates: cada lado teria 24 horas para argumentar, distribuídas em dois dias, em vez de quatro dias, como ocorreu no julgamento de Clinton.

Nesta tarde, porém, McConnell concordou em ampliar a duração para três dias.

Outra mudança em relação ao projecto original, McConnell recuou da ideia de condicionar as provas apresentadas pela Câmara à aprovação do Senado e decidiu que elas serão aceites desde que não haja uma moção para derrubá-las.

O líder republicano ainda prometeu obstruir qualquer tentativa de contornar o procedimento através de emendas ou intimações a testemunhas durante os debates à tarde.

À tarde, o lider democratra, Chuck Schumer, apresentou emendas para solicitar mais documentos da Casa Branca que possam provar as acusações contra Trump, mas foram arquivadas pela maioria republicana.

Mas ainda tudo está no início.

O Senado deve absolver Trump porque para ser afastado do cargo são necessários os votos de dois terços dos senadores.

Entretanto, dos 100 assentos, 53 são actualmente ocupados por republicanos e nenhum deles expressou apoio à remoção do Presidente.

Donald Trump é o terceiro Presidente da história dos Estados Unidos a sofrer uma impugnação na Câmara e o primeiro a passar pelo processo enquanto luta pela reeleição.

Antes de Trump, Andrew Johnson e Bill Clinton tiveram processos de impugnação aprovados pela Câmara, mas ambos foram absolvidos pelo Senado e não perderam o cargo.

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