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Julgamento de Manuel Chang poderá começar só em Janeiro


Neste esboço de tribunal, o antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, ao centro, declarou-se inocente num tribunal federal dos EUA, em Nova Iorque, quinta-feira, 13 de julho de 2023
Neste esboço de tribunal, o antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, ao centro, declarou-se inocente num tribunal federal dos EUA, em Nova Iorque, quinta-feira, 13 de julho de 2023

Procuradoria diz ter possíveis provas de 13 milhões de dólares de subornos. Advogado diz que Chang assinou os documentos das “dívidas ocultas” mas não foi ele que aprovou

O julgamento do antigo ministro das finanças de Moçambique Manuel Chang em Nova Iorque poderá iniciar-se em Janeiro do próximo ano , indicou o juiz Nicholas Garaufis quando Chang compareceu quinta-feira em tribunal pela primeira vez.

Garaufis disse que gostaria de ver o julgamento começar o mais rapidamente possível talvez em Janeiro de 2024 tendo em conta o longo período de prisão de Chang na África do Sul onde esteve detido desde 2018.

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Chang é acusado de fraude eletrónica, fraude de valores imobiliários e lavagem de dinheiro, e de ter sido subornado pela companhia Privinvest para garantir o apoio do governo à emissão de dois mil milhões de dólares de títulos de dívida.

A procuradoria alega que Chang assinou os documentos que deram autorização à Privinvest para vender os títulos de dívida a investidores internacionais, incluindo investidores americanos, e que nunca foram pagos.

Na audiência de quinta feira os procuradores indicaram ter provas que o antigo ministro recebeu cinco milhões de dólares de subornos da Privinvest e terem ainda possíveis provas de que mais 13 milhões de dólares foram pagos em alegados subornos.

O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, declarou-se inocente das acusações e os seus advogados argumentam que Chang estava apenas a cumprir o seu papel de ministro das finanças quando assinou os documentos autorizando a emissão dos títulos algo que foi aprovado por outras entidades do governo moçambicano.

O advogado Adam Ford disse que Chang era obrigado a assinar os documentos porque “esse era o seu papel”.

“Pela sua posição ele assinou-os mas não foi a sua decisão”, disse o advogado que tentando convencer o juiz a aceitar a fiança de um milhão de dólares afirmou que Chang "pretende ficar aqui e lutar contra essas acusações".

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Os procuradores defenderam que ele fique na prisão.

“As evidências sobre sua responsabilidade são fortes", afirmou o juiz Garaufis, negando a liberdade sob fiança por considerar que há risco de fuga, em virtude de, segundo o magistrado, Chang poder entrar na Missão de Moçambique junto das Nações Unidas, país com o qual os Estados Unidos não têm acordo de extradição.

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Entre os demais réus no processo estava Jean Boustani, vendedor da empresa de construção naval Privinvest e acusado de subornar funcionários e banqueiros.

Ele foi absolvido no julgamento em Dezembro de 2019, depois de provar que não teve nenhum papel na garantia dos empréstimos para os investidores.

Três ex-banqueiros do Credit Suisse declararam-se culpados em 2019.

A agência Bloomberg escreve que caso for considerado culpado, Manuel Chang pode ter uma pena de até 55 anos.

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