A juiza federal encarregue do processo federal contra o antigo Presidente Donald Trump, na Flórida, marcou para 14 de Agosto o início do julgamento em que é acusado de uso indevido de documentos classificados de segurança nacional depois de deixar a Casa Branca em 2021.
Analistas jurídicos dizem que a complexidade do caso pode facilmente atrasar o primeiro julgamento criminal de um antigo Presidente dos Estados Unidos.
Ao anunciar as 37 acusações contra Trump há duas semanas, o procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, pediu um "julgamento rápido", mas Trump ainda não contratou uma equipa de defesa completa no Estado da Flórida.
A juíza Aileen Cannon, nomeada pelo então Presidente Trump após sua derrota na eleição em 2020, disse aos procuradores do Departamento de Justiça e aos advogados de Trump que devem entregar todas as moções pré-julgamento até 24 de Julho.
Na semana passada, Cannon instruiu os advogados envolvidos no caso a começarem a preencher um documento do Governo federal para obter autorizações de segurança para que possam ver os documentos confidenciais que Trump manteve na sua propriedade à beira-mar em Mar-a-Lago.
Devido à complexidade do caso, vários analistas jurídicos admitem que o julgamento só começará dentro de um ano ou, possivelmente, depois das eleições presidenciais de Novembro de 2024.
Trump, de acordo com pesquisas nacionais, é o principal candidato republicano à eleição presidencial.
O caso
A lei impõe que os presidentes entreguem aos Arquivos Nacionais os documentos durante o seu mandato, mas, no caso, de Trump, ele não o fez.
Os assessores dizem que ele costumava se referir a eles como "meus papéis".
Na semana passada, no tribunal em Miami, ele se declarou inocente das acusações criminais.
A acusação alega que Trump reteve ilegalmente 31 documentos que "...continuam informações sobre as capacidades de defesa e armas dos Estados Unidos e de países estrangeiros, programas nucleares dos Estados Unidos, potenciais vulnerabilidades dos Estados Unidos e seus aliados a ataques militares e planos para possíveis retaliação em resposta a um ataque estrangeiro".
Em vários momentos, a acusação alega que Trump guardou caixas com os documentos numa casa de banho e até num chuveiro em Mar-a-Lago, bem como num palco de salão de baile, num escritório e num depósito.
O procurador especial alega que o 45º Presidente conspirou com um assessor pessoal, Walt Nauta, para esconder os documentos dos próprios advogados dele, da polícia de investigação federal, o FBI e do grande jurado que analisava o processo.
Nauta enfrenta seis acusações.
Donald Trump é também acusado de fazer declarações falsas aos investigadores.
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