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José Maria Neves defende diálogo entre empresários guineenses e cabo-verdianos


José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde (esq) e Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau (dir), em Bissau, 21 Outubro 2022
José Maria Neves, Presidente de Cabo Verde (esq) e Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau (dir), em Bissau, 21 Outubro 2022

Umaro Sissoco Embaló diz que os dois países têm de ter uma só voz na arena internacional

O Presidente de Cabo Verde desafiou os líderes da Guiné-Bissau e de Cabo Verde a promoverem negócios entre empresários dois dois países, durante a vista de três dias que termina neste domingo, 23, a Bissau.

"Temos de pôr os empresários a dialogarem entre si e a cuidar dos sistemas de transportes entre os dois países, para incrementar o comércio e o crescimento económico", defendeu José Maria Neves num encontro com o primeiro-ministro Nuno Gomes Nambiam no sábado, 22.

Na conversa entre as duas delegações, Neves e Nabiam analisaram, entre outros temas, a mobilidade de pessoas e bens entre Bissau e Praia.

Na sexta-feira, no início da visita, e após o encontro com o anfitrião Umaro Sissoco Embaló, o Presidente cabo-verdiano destacou a presença da comunidade guineense no arquipélago, onde, segundo José Maria Neves, “está bem inserida”.

“Nós temos na Presidência dois cidadãos guineenses que trabalham connosco. Os guineenses estão muito bem integrados, são uma comunidade séria e que contribuíram para o desenvolvimento do nosso país” afirmou Neves, quem garantiu fazer tudo o que estiver ao seu alcance para se sentirem confortáveis e bem integrados.

Neste sábado, o Chefe de Estado cabo-verdiano depositou flores nos jazigos do pai da Independência de Cabo Verde e da Guiné-Bisssau, Amilcar Cabral, e do general João Bernardo Vieira, na Fortaleza de Amura, e visitou o Museu Militar da Luta de Libertação Nacional.

Numa conferência sobre "Os Desafios dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento", na Escola Nacional de Administração, também no sábado, Neves disse que “temos de fazer o nosso trabalho de casa" para o desenvolvimento sustentável.

Na sua intervenção, ele destacou a localização e a fragmentação territorial, que obriga à replicação das infra-estruturas e outros investimentos, e lembrou que, “mesmo em contextos geopolíticos, ambientais e económicos diferentes, os Estados Insulares têm em comum o desafio de fazer face às mudanças climáticas, a gestão sustentável dos oceanos, à perda da Biodiversidade, entre outras vulnerabilidades”.

Para isso, defendeu, há que melhor aproveitar um conjunto de instrumentos disponíveis a nivel da ONU, da União Africana e da CEDEAO.

Na sexta-feira, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló destacou a necessidade, por exemplo, dos dois Estados falarem a uma voz na arena internacional.

“Temos que consertar sempre as nossas posições na CEDEAO, na União Africana, CPLP e nas Nações Unidas, para termos uma única posição e assim seremos mais fortes como dois irmãos. Na verdade, não foi nada fácil para um país lusófono assumir a presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que era dominado pelos anglófonos e francófonos. Portanto espero que da próxima vez, seja a República de Cabo Verde a presidir à CEDEAO”, disse o chefe de Estado guineense, na declaração conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano.

Por seu turno, o Presidente cabo-verdiano afirmou que “esta é a visita de amizade de dois povos irmãos que se visitam e que se encontram para analisar a forma de fortalecer a sua relação e trabalhar na unificação dos dois povos”.

“Essa visita também é de gratidão ou serve para agradecer tudo aquilo que a Guiné faz para Cabo Verde. Ou seja, por todo o sacrifício consentido pela Guiné-Bissau para a nossa independência, porque são dois povos que fizeram uma luta comum pela independência e temos ainda laços históricos de sanguinidade”, sublinhou José Maria Neves.

Aliás, à chegada a Bissau, na sua página no Facebook, ele escreveu: “Venho a Guiné-Bissau com um sentimento de amizade e de gratidão. Deste modo, sem me imiscuir nos assuntos internos deste país irmão - cabe aos seus órgãos de soberania, partidos e sociedade civil discutir, equacionar e resolver os seus problemas -, estou positivamente disponível para ajudar, no limite das minhas possibilidades, no reforço das relações de amizade e de cooperação entre os dois Estados - sim, as relações são entre Estados, que são perenes, os governantes, estes são sempre conjunturais - e povos”.

Neves encontrou-se também com a comunidade cabo-verdiana em Bissau e, na segunda-feira, parte para Dakar, no Senegal, para participar no Fórum Internacional sobre a Paz e Segurança em África.

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