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Jornalistas angolanos vão ter acordo salarial com imprensa privada para evitar precariedade salarial


Rádio Eclésia paga 10 dólares a alguns jornalistas. Director reconhece “roblemas financeiros "sérios”

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) está em vias de estabelecer com o sector privado a implementação de contratos colectvos de trabalho que deverão definir um salário mínimo para os jornalistas ao serviço da imprensa privada.

Jornalistas angolanos qurem acordo salarial com os media privados -3:31
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A revelação foi feita à Voz da América, nesta terça-feira,16, pelo presidente do SJA, Teixeira Cândido, na sequência de um recente encontro com representações regionais que reflectiu sobre os baixos salários dos dos profissionais que trabalham no interior do país.

Os diversos relatórios analisados durante a assembleia regional deram conta da existência de quadros do sector privado que auferem salários mensais de cinco mil kwanzas por mês, o equivalente a pouco menos de 10 dólares americanos, particularmente jornalistas ao serviço da Rádio Eclésia, afecta à Igreja Católica, nas províncias do Leste e Sul de Angola.

Aquele responsável sindical acusou os órgãos privados de comunicação social de alegarem dificuldades financeiras” para contornarem a implementação do Qualificador Ocupacional ou de acordos colectivos de trabalho".

Cândido disse que no sector privado há profissionais que não são promovidos por longos anos o que contrasta com o sector público da comunicação social, onde já não existem salários abaixo de 200 mil kwanzas, o equivalente a 400 dólares americanos, para jornalistas com curso médio.

A jornalista Luísa Rogério, presidente da Comissão da Carteira e Ética, diz ser “ um absurdo” haver profissionais angolanos que auferem salários abaixo do equivalente a 10 dólares.

Aquela responsável lembra que o Estado tem a suas responsabilidades no que toca aos incentivos fiscais e planos de investimentos aos órgãos de comunicação social privados.

“É uma situação que deve ser corrigida já e não devemos continuar a permitir de braços cruzados que esta situação perdure”, defende Luísa Rogério.

Ela entende que ao pagar 5 mil kwanzas a um profissional “estamos a criar um ambiente pernicioso que sugere aos jornalistas a viver de outros esquemas".

Para o caso da Rádio Ecclésia, Luísa Rogério considera que “quando decidiu abrir emissoras provinciais certamente deve ter feito um estudo de viabilidade”.

No entender daquela profissional, os órgãos de comunicação social são sustentados e os jornalistas são trabalhadores que devem ser remunerados, ao mesmo tempo que adverte as sensibilidades que pretendem criar órgãos de comunicação a disporem de meios financeiros para sustentarem as suas empresas.

Ouvido, pela Voz da América, o director da Rádio Ecclésia, padre Augusto Epalanga, reconhece que há problemas financeiros “bastante sérios”, mas diz que a direcção da Igreja Católica tudo está a fazer para inverter o quadro.

“Por causa desta situação já perdemos muitos jornalistas. Não está fácil ”, admite o padre Epalanga.

Para o jornalista Herculano Coroado o pagamento de maus salários aos jornalistas “coloca em risco a qualidade do serviço da rádio, da informação que é prestada e deixa o profissional completamente vulnerável”.

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