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Jornalista moçambicano detido em quartel sem processo-crime


Detenção aconteceu a 5 de Janeiro
Detenção aconteceu a 5 de Janeiro

MISA Moçambique denuncia detenção "ilegal" de Amade Abubacar

O jornalista moçambicano Amade Boubacar, detido pelas autoridades policiais a 5 de Janeiro, encontra-se no Quartel Mililar da Forças Armadas da Defesa de Moçambique no distrito de Mueda, na província de Cabo Delgado.

A revelação é do MISA Moçambique, que cita uma fonte militar, e denuncia o facto de não existir qualquer processo-crime contra o jornalista na Procuradoria ou no Tribunal da província.

“Amade Abubacar está ilegalmente detido pois o prazo para ser apresentado ao juiz de causa, que é de 48 horas, foi largamente violado”, diz o MISA num comunicado no qual acrescente que o “local onde se encontra detido não é o apropriado para um civil como Amade Abubacar” e que “deveria estar nas celas ou no comando distrital de Mueda e não no quartel que é para os militares que cometem crimes militares, o que não é o caso.

O MISA Moçambique conclui dizendo que “continua a envidar esforços no sentido de conseguir a reposição da legalidade e permitir que o jornalista seja ouvido em instâncias apropriadas e beneficie de liberdade provisoria”.

Amade Abubacar, jornalista da Rádio Comunitária Nacedje, foi detido pela polícia do distrito de Macomia, em Cabo Delgado, quanto entrevistava um grupo de pessoas que tinham fugido das suas áreas de residência devido a ataques de grupos ainda não identificados.

No passado dia 9, a Amnistia Internacional (AI) pediu ao Governo moçambicano que liberte imediata e incondicionalmente Abubacar, detido pela polícia, e que “termine com a crescente repressão aos jornalistas”.

“Amade Abubacar é um respeitado jornalista que estava a gravar depoimentos de pessoas que fugiram de ataques mortais em Cabo Delgado quando foi preso pela polícia. Esta é a mais recente demonstração de desprezo pela liberdade de expressão e liberdade de imprensa por parte das autoridades moçambicanas, que veem os jornalistas como uma ameaça e os tratam como criminosos ”, disse Tigere Chagutah, director-adjunto da AI para a África Austral em comunicado.

A nota acrescenta que Abubacar está detido em regime de “incomunicabilidade sem acesso a um advogado ou respeito pelo devido processo”.

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