O Osservatore Romano, diário do Vaticano, critica o semanário satírico francês Charlie Hebdo por ter retratado Deus como um assassino carregando uma arma Kalashnikov.
O diário afirma que a imagem é “lastimável” e desrespeita os verdadeiros seguidores de todas as crenças.
A imagem aparece na edição que marca a data de um ano de ataque realizado em janeiro de 2015, quando militantes islâmicos mataram 12 pessoas, após invadir a redação do Charlie Hebdo em Paris.
A capa mostra um Deus com raiva, sangue nas mãos e uma nas costas. “Um anos depois, o assassino continua solto”, diz a manchete.
O Osservatore Romano acusou o Charlie Hebdo de procurar “manipular” a fé.
“O semanário francês mais uma vez esquece aquilo que os líderes de todas as fés têm pedido há anos: a rejeição à violência em nome da religião e que usar o nome de Deus para justificar o ódio é uma blasfêmia genuína”, escreve o jornal da Santa Sé.
Para aquele diário, a “atitude do Charlie Hebdo expõe o triste paradoxo de um mundo cada vez mais sensível em relação a ser politicamente correcto ao ponto de ser ridículo...mas não quer reconhecer ou respeitar a fé de quem acredita em Deus, independentemente da sua religião.”
O Charlie Hebdo perdeu oito profissionais no ataque realizado a 7 de Janeiro do ano passado.