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Joe Biden quer encontrar-se com Lula da Silva à margem da Cimeira do G7 em Hiroshima


Joe Biden (em cima) e Lula da Silva (em baixo) com outros líderes mundiais antes da foto de família do G7 em Hiroshima, Japão, 20 Maio 2023
Joe Biden (em cima) e Lula da Silva (em baixo) com outros líderes mundiais antes da foto de família do G7 em Hiroshima, Japão, 20 Maio 2023

Presidente americano quer abordar posicionamento do Brasil em relação à guerra entre a Ucrânia e a Rússia

O Presidente dos Estados Unidos quer encontrar-se com o seu homólogo brasileiro ainda durante a Cimeira do G7, o grupo das economias mais livres do mundo, que decorre neste fim-de-semana em Hiroshima, no Japão.

O interesse de Joe Biden em falar com Lula da Silva, anunciado pelo Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, neste sábado, 20, tem a ver com o posicionamento do Presidente brasileiro sobre a “sacrossanta” soberania e integridade territorial da Ucrânia.

O encontro entre os dois presidentes não foi confirmado ainda e não está na agenda anunciada pela Presidência brasileira.

Biden tem confirmado um encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com a Ucrânia na agenda.

Questionado se Biden pressionará ou exortará Lula e Modi para endurecerem a abordagem dos seus governos em relação à China e à Rússia, Sullivan disse que “pressão é uma palavra errada”.

“Quero dizer, não é assim que o Presidente Biden opera com esses líderes importantes com quem ele tem relacionamentos profundos, como o Presidente Lula e o Presidente Modi”, sublinhou Sullivan, quem acrescentou que o Biden “procura uma oportunidade para falar com ambos sobre o papel construtivo que cada país pode desempenhar no apoio ao elemento mais básico e fundamental de qualquer resultado, que é a soberania e a integridade territorial, que é sacrossanta na Carta das Nações Unidas”.

Biden e Lula na Casa Branca
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Em Hiroshima, Sullivan sublinhou que o Brasil apoiou várias resoluções importantes da ONU com base no conceito subjacente de integridade territorial e destacau que “é realmente aí que o Presidente quer conduzir as coisas com as principais economias emergentes que estarão aqui”.

Ainda segundo a mesma fonte, Joe Biden pretende discutir cadeias de suprimentos mais resilientes e o reforço dos investimentos em infraestrutura nos países em desenvolvimento, bem como encontrar formas de enfrentar as enormes dívidas desses países.

Analistas políticos apontam que há anos que o Brasil e a Índia procuram construir pontes entre os Estados Unidos e a Rússia e a China, e ambos os países mantêm relações económicas e políticas com Moscovo, mesmo após a invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022, o que tem frutrado os esforços dos países do Ocidente para isolar a Rússia.

No mês passado, o Presidente brasileiro irritou muitos no Ocidente ao pedir aos aliados dos Estados Unidos e da Europa que parassem de fornecer armas à Ucrânia por estarem a prolongar a guerra.

O porta-voz de Segurança Nacional, John Kirby, disse, na ocasião, que Lula da Silva estava a ser um “papagaio da propaganda russa e chinesa”.

Após a reacção da Casa Branca, o Presidente brasileiro moderou os seus comentários e, durante a vista a Portugal e Espanha, condenou a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia.

Agenda de Lula da Silva

Neste sábado, o Presidente brasileiro encontrou-se com o seu homólogo francês e o chanceler alemão.

Ele e Emmanuel Macron analisaram a guerra entre a Ucrânia e a Rússia e preservação da Amazónia, da qual a França faz parte com o território ultramarino da Guiana Francesa,

“Estamos retomando a amizade e a parceria entre os nossos países, podemos fazer muitas coisas juntos", escreveu Lula da Silva numa rede social, sem dar mais detalhes.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, citado pela TV Globo, confirmou que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, convidou o seu homólogo brasileiro para um encontro à margem da cimeira do G7, mas, abordado por jornalistas, Lula da Silva disse não saber se tal seria possível.

A informação do convite de Zelenskyy foi confirmada pelo Itamaraty à TV Globo. Ainda não há, porém, confirmação da data do possível encontro.
Questionado neste sábado (20) sobre o possível encontro com Zelensky, o presidente Lula respondeu que não sabia se a reunião acontecerá.

O G7, é integrado pelos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, mas esta cimeira em Hiroshima o Governo nipónico convidou como países do chamado "Sul Global" Brasil, Comores, Austrália, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Vietname.

C/Reuters

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