O Presidente dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira, 18, um programa que abre caminho à cidadania a centenas de milhares de imigrantes ilegais casados com cidadãos americanos, uma medida em ano eleitoral que contrasta fortemente com o plano do seu adversário republicano, Donald Trump, que propõe deportações em massa de imigrantes.
Num evento na Casa Branca, Joe Biden criticou Trump por separar famílias na fronteira entre os EUA e o México e por usar linguagem incendiária sobre imigrantes ilegais, como, por exemplo, que eles "envenenam o sangue do nosso país".
“É difícil acreditar que isso está a ser dito, mas na verdade ele está a dizer essas coisas em voz alta. E é ultrajante”, disse Biden, quem afirmou não estar "interessado em fazer política com a fronteira ou com a imigração, estou interessado em consertar isso".
O novo programa de Biden está aberto a cerca de 500 mil cônjuges que moram nos EUA há pelo menos 10 anos a partir de 17 de junho e deve abranger cerca de 50.000 crianças menores de 21 anos com pais cidadãos.
No início deste mês, Biden proibiu a maioria dos migrantes que cruzam a fronteira entre os EUA e o México de solicitar asilo, uma política semelhante à da era Trump e que foi alvo de críticas de defensores da imigração e de alguns democratas.
O novo programa de legalização de Biden pode reforçar a mensagem da sua campanha de que ele apoia um sistema de imigração mais humano e mostrar como se difere de Trump, que há muito tempo tem uma posição de linha-dura em relação à imigração legal e ilegal.
Republicanos criticam
“A Estátua da Liberdade não é uma relíquia da história americana, ainda representa quem somos", afirmou o Presidente.
É quase certo que o programa será levado aos tribunais e, caso Biden não for eleito, Trump pode acabar com a medida.
O governador do Estado do Texas, Greg Abbott, um republicano que recorreu à justiça devido à polícia migratória de Biden, disse em comunicado que o novo programa é “descaradamente ilegal” e “procura votos”.
A novidade
A legislação americana permite que imigrantes casados com americanos entrem no país com visto e recebam a residência, mas, na maioria dos casos, os que entraram de fora ilegal e depois se casaram com americanos, deviam regressar aos seus países e esperar o longo processo burocrático, que leva anos.
O novo programa permite aos cônjuges e filhos solicitarem a residência permanente sem viajar para o estrangeiro, eliminando um processo potencialmente moroso e a separação familiar.
A Administração pretende lançar o programa nos próximos meses mas não se sabe quanto tempo levará para os cônjuges obterem a residência permanente.
Pessoas consideradas ameaças à segurança pública ou que tenham antecedentes criminais fortes não serão elegíveis.
C/Reuters
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