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Angola

João Lourenço pede fim da guerra na Ucrânia e defende forte investimento na defesa do ambiente


João Lourenço (esq), Presidente de Angola, e António Guterres (dir), secretário-geral da ONU, Nova Iorque
João Lourenço (esq), Presidente de Angola, e António Guterres (dir), secretário-geral da ONU, Nova Iorque

Presidente angolano pediu um combate à pirataria que ameaça seriamente a utilização dos mares para fins pacíficos como as trocas comerciais, o turismo e outras actividades conexas

O Presidente de Angola pediu um cessar-fogo na Ucrânia e defendeu uma forte aposta na preservação do ambiente como forma de cuidar e proteger os oceanos, ao discusar na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que começou nesta segunda-feira, 27, em Lisboa, Portugal.

“Não é hoje possível falarmos da necessidade da preservação e melhor exploração dos recursos marinhos sem falarmos também na necessidade da proteção do ambiente no geral, cuja degradação se reflecte negativamente nos mares e oceanos”, afirmou João Lourenço, para quem “o aquecimento global é responsável pelo degelo da calote glaciar que vem aumentando assustadoramente o nível das águas do mar, colocando em perigo cidades e outros assentamentos populacionais do litoral à escala universal”.

Para ele, é responsabilidade da comunidade internacional tomar “todas as medidas com vista a reduzir cada vez mais a emissão de gases com efeito de estufa, para proteger a camada de ozono e, consequentemente, o planeta”.

Lourenço destacou que o seu Governo vem dando nos últimos anos passos significativos no sentido de reduzir a queima de combustíveis fósseis para produção de energia eléctrica e, nesse sentido, destacou a assinatura há dias de um contrato com uma empresa alemã para a produção de hidrogénio verde para exportação a partir de 2024.

Pirataria e necessidade de controlo

Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano disse estar convencido que não serão alcançados os objectivos relacionados com a protecção do ecossistema marinho “se não assumirmos com coragem a necessidade de se reforçar a capacidade de defesa e segurança marítima, fortemente ameaçadas por grupos de modernos piratas do mar que desenvolvem a sua actividade terrorista nas principais rotas marítimas, ameaçando seriamente o comércio internacional e a segurança nos oceanos”.

Neste capítulo, “a pirataria ameaça seriamente a utilização dos mares para fins pacíficos como as trocas comerciais, o turismo e outras actividades conexas que impulsionam as economias”, nomeadamente no Golfo da Guiné, no Corno de África e pediu que se alargue a “cooperação internacional com os países destas regiões, de modo a dotá-los de capacidade para fazerem face a esta ameaça global”.

Cessar-fogo na Ucrânia

Na sua intervenção, João Lourenço instou a comunidade internacional a procurar um cessar-fogo incondicional na guerra na Ucrânia porque "o mundo não suporta" um conflito "no coração da Europa".

“Os oceanos, os mares e as infra-estruturas terrestes a eles ligados - como os portos comerciais-, são de tal ordem importantes para as economias e para o bem-estar dos cidadãos do mundo inteiro que o bloqueio dos portos ucranianos do Mar Negro está a causar a crise alimentar global que vivemos actualmente, pela escassez de cereais, de fertilizantes e de oleaginosas para a produção de óleo alimentar”, afirmou ao reiterar a necessidade de um fim do conflito.

Para o Presidente angolano torna-se cada vez mais evidente a importância dos oceanos para o fluxo regular de mercadorias, o seu impacto no comércio mundial e na estabilização dos preços de bens essenciais e das matérias-primas, assim como no funcionamento normal da economia global.

Como Presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portugal, Lourenço lembrou ser uma grande evidência da relevância que a CPLP atribui à sua relação com os oceanos é a Declaração do Namibe, aprovada na província angolana com o mesmo nome.

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