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João Lourenço acusa "político" de servir "forças externas" e manifestantes de promoverem desordem


Comício o MPLA em Benguela, Angola, 18 Agosto 2022
Comício o MPLA em Benguela, Angola, 18 Agosto 2022

Candidato do MPLA usa o termo "bandidos" e activista devolve acusações mediante relação pobreza e má gestão

Um dia após a repressão da manifestação contra supostas irregularidades no processo eleitoral em Angola, com a Polícia Nacional a prender activistas em Luanda, o candidato do MPLA ao pleito de 24 de Agosto, João Lourenço, atribuiu culpas, nesta quinta-feira, 18, a “um político” ao serviço de forças externas, a quem chamou de “boca de aluguer” que fomenta a desordem.

Em Benguela, Lourenço sublinhou, sem nunca ter citado o nome de Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, partido que mais denúncia irregularidades, que o povo está a servir de armas de arremesso na afronta às autoridades.

João Lourenço acusa "um político" de servir "forças externas" e manifestantes que promovem desordem
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Foi logo na abertura de um comício que durou hora e meia, antes mesmo do anúncio de obras para o próximo quinquénio, que João Lourenço criticou políticos que descredibilizam a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e o Tribunal Constitucional (TC).

Depois, o candidato a um segundo mandato falou de um único político e disse que a verdadeira sociedade civil e as igrejas não vão nesta conversa.

“Agir dessa forma é ser patriota? Não é ser patriota, é defender interesses de outrem, esse político não defende interesses de Angola. Ele defende uma agenda encomendada por forças externas, é um mero executor, uma boca de aluguer”, acusou Lourenço.

Numa alusão aos acontecimentos de ontem em Luanda, chamou de lúmpens e bandidos aos que tentaram protestar contra o curso do processo eleitoral

“Resta-nos a consolação de que a sociedade civil e as igrejas têm uma postura patriótica. A verdadeira sociedade civil, não aqueles lúmpenos e bandidos que eles chamam de sociedade civil… os verdadeiros até fazem orações para que tudo corra bem”, acrescentou o candidato do MPLA.

Em reacção, o activista, professor universitário e escritor Osvaldo Kaholo, signatário da iniciativa de impugnação das eleições, devolveu as acusações com recurso à história do país.

“Quando ele apela ao civismo, nem sabemos se houve civismo na forma como geriram a coisa pública desde 1975. Se houvesse, não assistiríamos a isso, pobreza. Eu não tenho dinheiro, mas a esposa dele tem, abocanhou do Estado, nunca matei ninguém mas a Polícia sim, a Polícia ao serviço do regime, que tem nojo dos pobres e miseráveis”, critica o activista.

O candidato prometeu aos benguelenses mais barragens, para água e energia, estradas, hospitais, escolas e empregos.

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