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Investigação à venda de casas passa pelo gabinete de vice-governador de Benguela


Centralidade Baía Farta, em Benguela (Foto de Arquivo)
Centralidade Baía Farta, em Benguela (Foto de Arquivo)

O processo-crime relativo à subtração fraudulenta e venda ilegal de chaves em centralidades da província angolana de Benguela, agora com 20 arguidos, motivou buscas no gabinete do vice-governador para a área técnica e de infra-estruturas, Leopoldo Muhongo, que culminaram com a apreensão de 36 processos, avançou à VOA fonte da investigação.

No comunicado em que confirma ‘’fortes suspeitas’’ de oito crimes, divulgado na quarta-feira, 16, a Procuradoria-geral da República (PGR) na Comarca do Lobito não faz referência, mas fonte judicial destaca o expediente no gabinete do vice-governadore a apreensão de um computador do Fundo Habitacional na centralidade do Luhongo.

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) passa a ‘’pente-fino’’ os documentos apreendidos, acreditando que alguns estejam ligados à venda de casas no Lobito e Luhongo, no seguimento deste processo com 11 arguidos presos preventivamente e nove em liberdade.

Entre os encarcerados, alguns há já dois meses, estão operativos do SIC, uma funcionária do Tribunal de Benguela e uma professora, suspeitos, entre outros crimes, de furto, burla por defraudação e corrupção.

Confrontado com o caso de uma figura que goza de imunidades, o jurista José Faria explica que qualquer interrogatório fica sob a alçada da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), adstrita à PGR.

“Se ele não é arguido, o processo continua normalmente. Se entender (a PGR) que é … aí tem de fazer certidões para que seja interrogado em sede da DNIAP, é o foro especial, está para todos nomeados pelo Presidente da República’’, explica o jurista.

Contatado pela VOA, o vice-governador Leopoldo Muhongo,nega que tenham ocorrido buscas no seu gabinete, sublinhando que “isto não corresponde à verdade”.

O governador provincial, Rui Falcão, que tem lamentado o fato de ‘’muitos dirigentes não terem mudado o chip’’, assegura que não sai fragilizado com casos de colaboradores a contas com a justiça.

"Isso tem a ver com o comportamento de cada um. Cada um é responsável pelos seus actos, aqueles que não cumprem as regras estarão nestas condições’’, diz o governante.

Recorde-se que assessor do governador para a área social, o padre José Inácio, e um alto funcionário do Gabinete de Comunicação Social são dois dos arguidos

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