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Incêndio no Museu Nacional destrói parte importante da história brasileira


Instituição de 200 anos foi residência de um rei e dois imperadores.
Instituição de 200 anos foi residência de um rei e dois imperadores.

Maior parte do acervo está destruída e prejuízo é incalculável

Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, na noite de Domingo, 2.

O fogo só foi controlado nesta segunda-feira.

A instituição bicentenária foi usada como residência da família real brasileira.

A perda é inestimável. A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, está totalmente destruída.

Fogo no Museu Nacional de Brasil no Rio de Janeiro
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Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas e pedaços de documentos queimados se espalharam pela cidade.

A assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros dizem não haver feridos.

Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo.

Os militares confirmam que os hidrantes instalados no edifício não funcionaram, o que atrapalhou o trabalho de combate as chamas.

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Roberto Robadey, definiu que é lamentável o incêndio que consumiu o Museu Nacional desde a noite de domingo, 2.

“É um dos dias mais tristes da minha carreira. A gente reconhece esse património. Meus pais me trouxeram aqui. Eu me lembro que, quando criança, me marcou muito aquele esqueleto de baleia. Mais recentemente eu trouxe a minha filha e andamos por todo o museu. Tudo o que a gente tinha aqui e saber que está tudo perdido e entrar ali dentro é desolador. São escombros, muita coisa queimada”, explicou.

As causas do fogo serão investigadas.

A polícia abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Património Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

O museu contém um acervo histórico desde a época do Brasil Império.

Destacam-se em exposição o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizado de "Luzia"; a colecção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro.

O director do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss, considera o incêndio "uma tragédia".

"É uma tragédia lamentável. No seu interior há peças delicadas e inflamáveis. Uma biblioteca fabulosa. O acervo do museu não é para a história do Rio de Janeiro ou do Brasil. É fundamental para a história mundial. Nosso país está carente de uma política que defenda os nossos museus", concluiu Paulo Knauss.

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