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Igrejas Cristãs em Angola alertam para miséria e falta de transparência


Relatório anual deplora comportamento de gestores públicos
Relatório anual deplora comportamento de gestores públicos

Sinais de miséria e projectos à espera de implementação, mesmo com orçamento disponível, são duas realidades detectadas pelo Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA) em muitos dos 164 municípios do país, examinados no quadro de uma monitoria social que visa promover a boa governação.

Na apresentação do relatório referente ao ano de 2019, ocorrida esta semana em Benguela, as Igrejas Cristas notaram que várias administrações municipais esconderam os orçamentos, dando mostras, como realçam, de uma contínua cultura de falta de transparência.

Houve quem tivesse mostrado os orçamentos, mas o bispo da Igreja Anglicana, André Soares, membro executivo do CICA, revela ser considerável o número de gestores em contradição com princípios da boa governação, sobretudo nas províncias do Zaire, Uíge e Kwanza Sul.

‘’Conforme é reconhecido pelo próprio Presidente da República e por outros actores, há ainda muita miséria, é preciso muito trabalho. Não conseguimos ver certos projectos, nem os orçamentos, porque a falta de transparência é uma cultura. Infelizmente, embora o orçamento esteja lá, o projecto está paralisado’’, descreve o bispo.

Benguela é a única com todos os planos directores municipais (PDM´s) aprovados, mas continua com municípios dominados por problemas de drenagem, como atesta o lixo nas valas, vias esburacadas e tantos outros.

À VOA, o vice-governador provincial para a área técnica e de infra-estruturas, Leopoldo Muhongo, afirmou que a gestão dos municípios vai melhorar.

"Já temos, felizmente, organizados os processos que vão permitir melhorar a gestão urbana e periférica de todos os municípios, garantindo o desenvolvimento. São, no fundo, cartas que vão definir a escola, a estrada, a indústria e a habitação’’, assegura o governante.

O município sede sofre com cortes de energia devido à degradação de uma rede de distribuição do período colonial, quando as autoridades avançam para a electrificação do interior, que começou com a inauguração de uma central híbrida no Bocoio.

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