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Igreja Católica em Angola contra espectro de fuga na Jornada Mundial da Juventude


Santuário de Fátima, 11 Maio 2017
Santuário de Fátima, 11 Maio 2017

Corrida a Portugal, o palco do evento, alimenta receios depois de, no passado, caravanas desportivas terem ficado no exterior por conta da situação do país.

A presença de centenas de jovens angolanos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, Portugal, está a fazer soar alarmes devido ao movimento migratório por conta da situação social e económica de Angola, havendo receios de fuga na delegação que vai ao encontro da mensagem do Papa Francisco, em Agosto.

A pouco mais de uma semana do evento promovido pela Igreja Católica, está a ser reforçada a mensagem de responsabilidade, com discursos que convergem na necessidade de preservação do nome de uma nação.

A jovem Laurinda, que viu o seu nome eleito entre 1500 candidatos, está de malas feitas para a JMJ, a decorrer de 1 a 6 de Agosto.

Ela assume que o risco de fuga está presente, mas assinala que o mais importante é regressar da capital portuguesa com experiências úteis para o seu país.

“O meu apelo para estes jovens é que mudem de comportamento, é grande a responsabilidade por estarmos lá a representar o nosso país. Devemos apenas viver o momento, trazer de lá as várias experiências”, ressalta a participante.

É precisamente o que pede o evangelista João Guerra, da área de Justiça e Paz na Igreja Católica, ao recordar que o Papa Francisco vai apresentar uma mensagem benéfica para um país com os vários desafios.

“A juventude deve ir com a responsabilidade do país , com a responsabilidade da Igreja Católica. Caso contrário , o mundo secular vai dizer que a Igreja abriu as portas à migração para a Europa. O Papa quer estar com os jovens para falar de desenvolvimento cristão , humano e dos países”, indica aquele evangelista, acrescentando que “não podem fugir, assim não dá”.

Na década de 1990, também num contexto de dificuldades económicas e sociais, 18 jovens jogadores angolanos, em dois momentos, abandonaram as caravanas para tentar a vida pela Europa.

O jornalista desportivo Gabriel Afonso recorda aqueles momentos.

"Hoje uns estão em França, outros na Alemanha, não conseguiram jogar ao mais alto nível, por isso tiveram de se enveredarem para outras profissões, nomeadamente nas obras. Já formaram famílias, têm aí esposas e filhos e têm vindo a Angola em gozo de férias”, lembra o profissional de comunicação.

Em dois meses, segundo informação prestada em Maio pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, mais de seis mil angolanos obtiveram autorização de residência naquele país europeu.

Para a JMJ, a delegação angolana, encabeçada pelo bispo de Cabinda e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Juvenil, Dom Belmiro Chissengueti, parte com 600 membros, que terão a companhia de angolanos na diáspora.

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