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Huíla: Suspensão de igrejas causa controvérsia


Governo nega mandar encerrar igrejas. "Processos foram indeferidos e por isso igrejas não são legais e não devem funcionar," diz directora provincial

A medida de suspensão de 15 igrejas na Huíla identificadas como estando entre as 194 do país que não reúnem as condições exigidas por lei, está a suscitar algum debate na província da Huíla.

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A decisão tomada, ao abrigo do artigo nº 9 da lei 02/04 lei sobre liberdade de consciência, culto e religião, está a ser encarada como bastante exigente, já que a mesma impõe cem mil fiéis para a abertura de uma igreja.

O pastor, Zaqueu Bailundo, da Igreja da Coligação Cristã em Angola, uma das vítimas da decisão, questiona a lei que segundo ele coloca em causa a laicidade do estado angolano e faz um paralelismo a legislação que consagra a existência de partidos políticos.

“As vezes nós fizemos uma comparação se para se criar um partido político apenas se pede 15 mil, como e porquê se pensa logo em cem mil fiéis. De um lado pensamos que o governo é um governo laico e devia estar a separar as coisas entre o estado e a igreja,” disse.

Zaqueu Bailundo acredita no levantamento em breve da medida e explicou a Voz da América, como os fiéis se têm confrontado com o peso da lei.

“As negociações que estamos a ter é para que a gente realmente façamos os nossos encontros para a conclusão do processo da recolha das assinaturas,” disse.
“Realmente aqueles que são medrosos alguns têm feito os seus trabalhos fora dos templos, alguns fazem os trabalhos no deserto uns vão para os montes outros vão para as praias outros estão dentro das casas,” acrescentou.

Para o pastor, Hilário Maurício Cachindele da Igreja Evangélica Pentecostal, que figura entre as legais, se a medida for da vontade de Deus, há que cumprir e faz um apelo.

“Deus é Deus de ordem! Deus não é Deus de revelias não, nosso Deus é Deus de ordem, então se alguma igreja foi abrangida nessa altura nessa situação que obedeçam para que de facto o nosso Deus seja glorificado e honrado,” disse.

Maurício Cachindele vai mais longe e diz que houve denominações religiosas de deram motivos para a sua suspensão.

“Aquelas que acusaram de feitiçaria as crianças aquelas que faziam curas exageradas, eu não estou a dizer que Deus não cura, Deus cura, mas houve igrejas que exageraram tanto inclusive à meia-noite espargir água nas pessoas para curar não, a bíblia não nos orienta isso, isso não é de Deus,” disse.

A directora provincial da cultura, Maria Marcelina Gomes, fez saber que a interpretação da lei, está na base da medida que levou a suspensão de 15 igrejas na Huíla.

“ Muita gente confunde que o facto de terem remetido os seus processos ao ministério da cultura e ao ministério da justiça, acham-se que estão no direito de funcionar, não esperam qualquer documento de deferimento das igrejas,” disse.

A responsável do governo esclarece que a medida administrativa não se tratou de encerramento de igrejas, mas apenas da divulgação da legislação em vigor.

“ Não encerramos nenhuma igreja,” disse.

“O que se está a fazer é divulgar que estas igrejas não são legais foram indeferidas os seus processos foram indeferidos e como foram indeferidos não estão legais e como não estão legais não devem funcionar,”acr
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