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Huila: AIA diz que estrangeiros são responsáveis pela falência de padarias nacionais


A Associação Industrial de Angola (AIA) acredita que a razão da falência e consequente encerramento de padarias detidas por cidadãos nacionais se deve ao facto de a indústria da panificação estar entregue a estrangeiros, na Huíla.

Para outros, contudo, o problema reside na má gestão, a falta de crédito bancário e o intervencionismo do estado no mercado.

O responsável da AIA na Huíla, Francisco Chocolate, faz fortes acusações, dizendo que há o chamado dumping entre os operadores estrangeiros, dominados por libaneses e mauritanianos, que permite que estes tenham o controlo do negócio, em detrimento dos angolanos.

“Entre eles fornece-se a matéria-prima. Obviamente que, quando tiverem de fornecer a uma padaria de angolanos vão fazê-lo a um preço elevado e essa padaria ao ver que não consegue crescer no mercado fecha as suas portas. E ao fechar as portas o concorrente ganha mais espaço”, diz Chocolate.

O empresário diz que não se trata de xenofobia e defende mais proteção da indústria nacional.

“Cá na província da Huíla, 90 por cento das padarias estão na mão dos estrangeiros. Não estamos a falar de nepotismo, mas de proteção da indústria nacional”, pede.

Mohamed Bashir, um dos gestores estrangeiros da indústria de panificação na Huíla, rejeita a acusação de que detêm o controlo do negócio do pão e diz que estão expostos aos mesmos riscos dos concorrentes angolanos.

Bashir admite que a importação de equipamento para a indústria, perante a escassez de divisas no mercado, torna cada vez mais difícil manter o negócio. “Aqui no país o material está muito caro, tem que vir de fora e assim sempre teremos problemas. As padarias trabalham dois dias e outros dois dias não. Este é o problema”, aponta o gestor.

Outras causas

Sara de Carvalho, angolana e gerente de uma panificadora local, sugere que a má gestão é uma das razões do encerramento de muitas padarias nas mãos de nacionais.

“Se um chefe maltratar os funcionários não lhes pagando, o funcionário se tiver fome em casa vai roubar, é má gerência”, alerta a gestora.

Quem discorda, igualmente, da tese do dumping é o economista José Makuva, que aponta a descapitalização dos empresários como o problema principal e valoriza o papel dos empresários árabes na estabilidade do mercado,com o fornecimento de bens e serviços.

“Os bancos não se dedicam ao financiamento da economia, o causador desse problema é o estado, por intermédio do seu intervencionismo no mercado, e não os empresários árabes, que, como qualquer outro empresário, lutam para ampliar o leque de fornecimento de bens e serviços no nosso mercado”, conclui o economista.

A Voz da América tentou ouvir, sem sucesso o Gabinete Local de Desenvolvimento Económico Integrado que coordena a área.

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