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Huila "ataca" abuso sexual e o bullying nas escolas com educação sexual


Escola no Lubango, Huíla, Angola
Escola no Lubango, Huíla, Angola

O programa prevê a criação de 114 pontos focais das escolas dos diferentes municípios com caixas para denúncias de eventuais casos de violação.

O Ministério da Educação lançou na província angolana da Huíla um programa sobre educação sexual, saúde reprodutiva e violência baseada no género para combater a exploração, abuso sexual e o bullying nas escolas.

Educação sexual no ensino da Huíla – 2:23
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O programa, lançado no âmbito do Projecto de Aprendizagem para Todos (PAT II) dias depois da abertura do ano letivo no ensino geral, espera envolver 300 mil adolescentes entre meninas e rapazes.

Na Huíla, o programa prevê a criação de 114 pontos focais das escolas dos diferentes municípios com caixas para denúncias de eventuais casos de violação.

O psicólogo Isaac Calenga sugere que, mais do que os discursos, é fundamental que o programa se efetive para o bem dos adolescentes.

“Os benefícios são enormes quando se trata de combater o assédio, a violação, porque estas situações têm influenciado ou promovido o medo, a angústia, crises de ansiedade ou até pânico, muitos adolescentes entram em depressão em pensamentos suicidas até quando são acometidos por estas situações”, aponta Calenga.

Quem também aguarda por ações mais concretas em prol deste grupo social é o núcleo local da Associação de Jovens Mulheres Empoderadas, que percebe fragilidades nas áreas em questão.

“Sentimos a debilidade, sentimos a falta de informação das nossas meninas em matérias de educação e saúde sexual porque o número de meninas que abandonam a escola acaba por ser um grito de socorro", diz coordenadora Neusa Zola, para quem "a ignorância que elas têm em matérias ligadas à sua própria vida, trabalhos do género em tudo cooperam para o desenvolvimento da nossa província do nosso país e a associação alegra-se bastante”.

Sem apontar números, Isabel Epalanga, do Departamento de Saúde Escolar da Direção Nacional da Educação Pré-escolar e Ensino Primário do Ministério da Educação, alerta que os casos de assédio, violação e abuso sexual e bullying em ambiente escolar são preocupantes.

“No caso por exemplo uma aluna a assediar um professor nós temos também alguns regulamentos que estamos a criar no sentido de que essa aluna também seja responsabilizada. Quando uma aluna assedia um professor não é fator para o professor necessariamente aceitar, porque nós contamos com o professor como mestre”, aponta.

Especialistas são unânimes igualmente em afirmar que a educação do berço que começa em casa através dos pais é fundamental para o êxito desta campanha nas escolas.

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