As autoridades na província angolana da Huíla informaram que vão continuar a fazer respeitar as leis ao abrigo da Operação Resgate, apesar de queixas de vendedores que as autoridades estão a abusar do seu mandato.
Eles acusam a Polícia Nacional e os fiscais da administração municipal do Lubango de se excederem na sua actuação.
Para além da actuação que consideram de musculada, os vendedores acusam mesmo os agentes do Estado de, em alguns casos, se apossarem dos seus negócios.
O assunto juntou recentemente os também conhecidos zungueiros e as autoridades administrativas do Lubango, no qual os primeiros aproveitaram para desabafar o seu descontentamento.
Um dos vendedores, João Katchindele, disse que aquando do inicio da operação o comandante geral da polícia tinha afirmado que ninguém iria “proibir a população de deixar de ser ambulante”.
“A minha pergunta é a seguinte: Será que essa pronúncia só vale para Luanda ou em todas as províncias?” interrogou.
A vendedora Joana Luzia quexou-se da perseguição de polícias que se querem apoderar da fruta que vende.
“Eu tenho dois filhos, o meu marido abandonou-me há muito tempo se eu ficar em casa a roubar vou para a prisão”, sustentou.
O administrador municipal do Lubango, Armando Vieira, garante que está determinado a pôr fim à venda desordenada, mas aconselhou a população a denunciar os excessos.
“Todo o fiscal que enveredar por esse comportamento quero deixar já aqui de forma clara que o cidadão deve denunciar”, afirmou.
Entretanto, a coordenação provincial da Operação Resgate na Huíla, faz balanço positivo das acções desenvolvidas ao fim de dois meses.
O encerramento de mais de 30 contentores de venda de assessórios de viaturas com origem duvidosa e mais de 30 igrejas tidas como ilegais para além de mais de 240 detenções são alguns números da operação.
Manuel Halaiwa, do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior na Huíla, diz que as autoridades têm aconselhado a população para o cumprimento das posturas administrativas, sendo que os faltosos "vão sentir a mão pesada dos fiscais da administração e da Polícia Nacional”.