Conflitos entre homens e animais e desentendimentos com a Administração do Parque Nacional da Gorongosa impedem a população circunvizinha de realizar a actividades agrícolas e caça para o consumo.
A situação interrompe alguns dos projectos em curso naquela importante reserva, que está a receber investimentos diversos para restaurar a biodiversidade da região.
A população reclama a proibição do corte de estacas, construção de casas, abertura de machambas e caça de animais para o consumo, devido à nova delimitação do parque.
"Queremos as demarcações anteriores. O meu pai antes de morrer disse-me que iria ascender ao trono de régulo da região, e apresentou-me os limites reais desta zona (...) só que surpreendentemente essas delimitações já não estão a ser observadas," queixou-se um regulo de Muanza.
A Administração do Parque da Gorongosa está a levar a cabo vários programas com vista a recuperar algumas aéreas que outrora pertenciam à reserva e que foram ocupadas pela população durante o conflito armado, que durou 16 anos.
Enquanto não se encontra o consenso entre o Parque e a população circunvizinha, a Governadora da província de Sofala, Helena Taipo, ordenou a interrupção dessas iniciativas.
"Há vários projectos que estão a ser financiados e decidimos parar (...) até que sejamos nós a tomar a decisão" sobre o que deberá ser feito para a população afectada pela expansão do Parque Nacional da Gorongosa," disse Taipo.
Entre os projectos consta a construção de escolas.
O Parque, com um pouco mais de 4,000 km², inclui o vale e parte dos planaltos circundantes. Em 20 de Julho de 2010 o governo moçambicano decidiu alargar a área do parque para 4.067 km², bem como criar uma zona tampão de 3,30 km² à sua volta.
A Fundação Carr/Gorongosa Restoration Project, uma organização americana sem fins lucrativos associou-se ao Governo de Moçambique para proteger e restaurar o ecossistema do Parque Nacional da Gorongosa e desenvolver uma indústria de ecoturismo para beneficiar as comunidades locais.