O Supremo Tribunal do Ruanda considerou nesta segunda-feira Paul Rusesabagina do Famoso filme"Hotel Rwanda" e um grupo de co-arguidos culpados de acusações relacionadas com o terrorismo.
Ele e outros 20 foram acusados de 13 ofensas criminais pela sua alegada ligação às Forças Nacionais de Libertação, ou à FLN, um grupo de milícias que o governo ruandês acusa de terrorismo. No jornal The New Times of Rwanda, um jornal controlado pelo governo, os procuradores pediram pena de prisão perpétua para Rusesabagina e uma variedade de sentenças para os outros acusados.
Rusesabagina, figura central do filme "Hotel Ruanda" pelos seus esforços para salvar pessoas durante o genocídio ruandês de 1994, negou todas as acusações.
Rusesabagina deixou o Ruanda em 1996 e é um cidadão belga. Nos últimos anos, tem sido um crítico destacado do Presidente Paul Kagame e do seu governo.
A família e os defensores dizem que Rusesabagina foi efectivamente raptado em Agosto de 2020. Depois de chegar ao Dubai, Rusesabagina embarcou num avião privado e foi transportado para a capital do Ruanda, Kigali, onde foi detido.
A sua advogada Kate Gibson disse numa entrevista à Voz da América que Rusesabagina não recebeu um julgamento justo, dizendo que os advogados não estavam autorizados a trazer-lhe documentos e que quando os documentos chegavam para discussão, eram confiscados. O julgamento, disse ela, estava "tão abaixo dos padrões internacionalmente reconhecidos para um julgamento justo que o veredicto em si não tem qualquer consequência particular".
Os observadores independentes parecem concordar. Representantes do Centro de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Americana que têm estado a acompanhar o julgamento como parte da Clooney Foundation for Justice's TrialWatch fizeram eco do sentimento da Gibson.