O secretário-geral das Nações Unidas defendeu um novo caminho e prometeu dar outro impulso à agenda global de desarmamento.
A intervir na abertura de uma reunião sobre não-proliferação de armas do Conselho de Segurança nesta quinta-feira, 18, António Guterres disse estarem ameaçadas as medidas vitais de redução de armas estratégicas estabelecidas durante e após a Guerra Fria.
Ele citou o acordo entre os Estados Unidos e a Rússia, defendendo que "após expirar o New Start, em 2021, parece não haver um novo desejo de negociar o controlo dessas armas".
"Os medos globais relacionados com as armas nucleares estão no nível mais alto desde a Guerra Fria", alertou Guterres, para quem prevenir, mitigar e resolver conflitos requerem soluções políticas abrangentes que incluem o diálogo e a negociação e, em casos que envolvem armas de destruição em massa, o desarmamento verificável e a não-proliferação.
O homem-forte da ONU asseverou que divisões profundas e a persistente estagnação neste campo "pioram as tensões internacionais e criam novos perigos", daí a sua sugestão para reverter essas tendências.
Coreias e Síria
Guterres admitiu estar “profundamente procupado com o crescente risco de confronto militar e as consequências inimagináveis", que resultariam na Península Coreana e saudou a reabertura dos canais de comunicação entre as duas Coreias, especialmente de militares.
Para ele, essa medida é "fundamental para reduzir o risco de erros de cálculo ou mal-entendidos e baixar as tensões".
Em relação ao conflito sírio, António Guterres afirmou que o uso de armas químicas no país "desafia seriamente o tabu global em relação a essas armas de destruição em massa” e alertou que a comunidade internacional precisa encontrar uma maneira adequada de identificar os responsáveis e faze-los prestar contas.
