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Guiné-Bissau: Os desafios do reeleito presidente do PRS, Alberto Nambeia


Alberto Nambeia, presidente do PRS, Guiné-Bissau
Alberto Nambeia, presidente do PRS, Guiné-Bissau

Apesar do seu debilitado estado de saúde, Nambeia quer unir as várias sensibilidades da terceira força política do país

Os delegados ao VI congresso do Partido da Renovação Social (PRS), a terceira força política no Parlamento da Guiné-Bissau reelegeram Alberto Nambreia para um terceiro mandato, apesar do seu debilitado estado de saúde, que até o impediu de fazer campanha.

O líder da força política mais representada no Governo e que apoiou desde a primeira hora Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais de 2019, tem como desafios, segundo observadores, unir as diversas sensbilidades do PRS, que nestas eleições começaram a erguer a sua voz, mas há quem questione se o estado de saúde de Nambeia lhe permitirá desenpenhar esse papel.

Alberto Nambeia não esteve presente na hora da divulgação dos resultados na quinta-feira, 13, tendo o seu mandatário, Pedro da Costa, pedido, em novo do presidente, a todos os militantes e dirigentes do partido “a que nos mantenhamos coesos, para que reforcemos a unidade no seio do partido e para que reforcemos a democracia interna”

O analista político Rui Jorge Semedo considera que o grande desafio de Nambeia é “procurar construir uma certa sintonia entre as diversas sensibilidades que neste momento concorreram à liderança”.

“Se a direcção conseguir organizar a casa e criar o consenso necessário, pode ter influências positivas nas próximas eleições", acrescenta.

O editor do jornal “Última Hora”, Sabino Santos, diz não acreditar que “Alberto Nambeia esteja, neste momento, em condições de levar avante os desafios que se colocam ao PRS, de união interna e de vencer as próximas eleições”.

“O seu estado de saúde, o nível de ruptura entre os militantes e o nível de ruptura entre o staff de Alberto Nambeia e o resto das candidaturas serão, o meu ver, os principais obstáculos do PRS para os próximos tempos”, reforça.

O PRS é um dos partidos do arco do poder na Guiné-Bissau e tem sido alvo de críticas pela forma como tem participado nos diferentes Governos, desde 1999, ano em que ganhou as eleições.

Sabino Santos diz que, pela sua história, o PRS tem a responsabilidade política de contribuir para a estabilidade efectiva da Guiné-Bissau, mas “é preciso que seja um partido democrático”.

“Para o PRS estar no poder não interessa a via. Tem essa simpatia com os quartéis e aquilo acaba por ser um elemento fundamental”, acrescenta.

Rui Jorge Semedo acrescenta ter chegado o momento do PRS “reposicionar a sua postura política, sobretudo no que diz respeito ao cumprimento da legalidade, alinhando a sua postura com aquilo que está previsto na Constituição da República.

Alberto Nambeia recebeu 404 votos no universo de 806 votantes, entre 901 delegados inscritos.

Mário Fambé, actual ministro das Pescas, foi o segundo mais votado com 110 votos.

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