O Ministério Publico da Guiné-Bissau anunciou a abertura de um processo crime sobre atribuição e venda ilegal de passaportes diplomáticos da Guiné-Bissau em França, que implicam alguns cidadãos e diplomatas do país.
A informação consta do Despacho do Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, datado de 11 de Junho de 2021, por considerar que são “actos susceptíveis de crimes previstos e puníveis nos termos dos artigos do Código Penal”.
O processo vai ser aberto pela Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau, de acordo com as instruções do Procurador-geral da República.
Entretanto, também hoje, antes de deixar o país com destino a São Tomé e Príncipe para uma visita de três dias, o Presidente guineense disse o país não vende passaportes e que as pessoas "devem parar de fazer política de baixo nível".
No entanto, prometeu “pôr novas regras e critérios fortes nos passaportes diplomáticos".
"Temos de mudar a cara deste país. Nós estamos a restaurar a dignidade do Estado", salientou Embaló, acrescentando que por isso o Governo vai emitir novos passaportes até o final do ano.
Na semana passada, o jornal francês Liberation revelou que vários cidadãos franceses e de outras nacionalidades obtiveram em Paris um "passaporte diplomático" guineense, que os identificava como conselheiros da Guiné-Bissau na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O jornal acompanhou a notícia com fotografias dos documentos que custaram entre 50 mil e 200 mil euros que pagaram em jeito de "donativo" ao país.