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Guiné-Bissau: Central sindical diz que recenseamento dos funcionários públicos é selectivo


Trabalhadores protestam, Guiné Bissau
Trabalhadores protestam, Guiné Bissau

Uma das centrais diz ter sido excluída do processo com o qual o Governo quer saber quantos servidores públicos existem

A poucos dias do término do recenseamento dos funcionários públicos, que começou a 28 e Março, as centrais sindicais criticam o processo lançado pelo Governo para conhecer o número exacto de servidores públicos.

O vice-secretário geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) acusa o Governo de estar a fazer um recenseamento selectivo, para ele uma surpresa geral.

“Uma coisa que sabemos é selectivo e recebemos queixas dos nossos associados que não compreendem como é que eles que estiveram mais de 10 anos nos ministérios não estão a ser recenseados e aqueles que foram trazidos pelos ministros estão”, afirma Yasser Turé à VOA.

Por sua vez, o secretário geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI) começa por dizer que a sua organização desconhece os objetivos do recenseamento.

“A Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau–Central Sindical não tem informação sobre o caso de recenseamento levado a cabo pelo Governo, nem a data do início nem do término, bem como desconhece os objectivos preconizados pelo Governo, nem o sindicato recebeu o convite se pode ou não tomar parte no recenseamento”, esclarecer Malam Ly Balde, em conversa com a VOA.

Ao lançar o recenseamento a 28 de Março, o Governo disse pretender apurar o número real dos servidores públicos, harmonizar bases de dados entre a função pública e Ministério das Finanças, assim como reduzir a massa salarial do país.
Yasser Turé acusa o Executivo de não estar a utilizar o método recomendado pelo Banco Nundial para o recenseamento geral dos funcionários.

“Tivemos várias reuniões com o Banco Mundial e temos um cronograma do que precisa ser feito para realizar um recenseamento à altura dos problemas que enfrentamos. É óbvio que o processo de reforma na função pública deveria, a prazo, dar um salário mais competitivo aos funcionários públicos, a fim de os dignificar”, diz Turé, para quem “o custo da nossa administração pública é um gargalo para o nosso país e para o nosso desenvolvimento”. A VOA contatou o Ministério da Função Pública para reacções, mas nenhum dirigente se dispôs a falar.

O último recenseamento geral dos Funcionários públicos foi realizado há quase 12 anos.

De lá para cá, os Ministérios da Função Pública e das Finanças não têm a mesma base de dados iguais.

Dados oficiosos apontam para de 30 mil e a 36 mil funcionários públicos no país.

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