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Guerra de Tigray: Etíopes protestam contra as sanções dos Estados Unidos


Manifestação contra as sanções americanas em Addis Abeba, 30 de Maio, 2021
Manifestação contra as sanções americanas em Addis Abeba, 30 de Maio, 2021

Washington restringe vistos, assistência económica e de segurança à Etiópia

Milhares de etíopes se reuniram na capital do país, no domingo, 30, para protestar contra a pressão externa sobre o governo por causa de sua guerra brutal em Tigray, reporta a AFP.

Os manifestantes, no comício em Addis Abeba, carregavam cartazes que criticavam os Estados Unidos e outros membros da comunidade internacional que expressam preocupação com as atrocidades em Tigray, onde as forças etíopes procuram os líderes expulsos da região e agora fugitivos.

"Jovens etíopes denunciam a intervenção ocidental," dizia um dos cartazes.

Tropas da vizinha Eritreia lutam em Tigray ao lado das forças do Governo etíope, desafiando os apelos internacionais pela sua retirada.

Os EUA começaram a restringir os vistos para funcionários do governo e militares da Etiópia e da Eritreia, que são considerados uma forma de minar os esforços para resolver o conflito em Tigray, ondem habitam cerca de seis milhões da população etíope de 110 milhões.

Além das restrições de visto, Washington está a impor restrições abrangentes à assistência económica e de segurança à Etiópia.

Brutalidade

Testemunhando no Capitólio na semana passada, Robert Godec, o secretário adjunto em exercício dos EUA para o Bureau de Assuntos Africanos, disse que a Etiópia está agora num ponto de inflexão e, a menos que reverta o curso, pode enfrentar outras medidas, como sanções da Lei Magnitsky que podem incluir o congelamento de activos.

Atrocidades, incluindo estupros brutais por grupos, execuções extrajudiciais e despejos forçados têm feito parte da violência em Tigray, de acordo com vítimas, testemunhas, autoridades locais e grupos de ajuda. Estima-se que milhares de pessoas morreram.

ONU e EUA apelam ao fim dos combates na região de Tigray, na Etiópia
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O Governo etíope classificou as acções dos EUA como "equivocadas" e "lamentáveis".

“O Governo etíope não será dissuadido por esta decisão infeliz da administração dos Estados Unidos”, lê-se num comunicado Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgada no Twitter.

“Se tal resolução de interferer nos nossos assuntos internos e minar os laços bilaterais centenários continuar inabalável, o Governo da República Federal Democrática da Etiópia será forçado a reavaliar as suas relações com os Estados Unidos, o que pode ter implicações além de nossas relações bilaterais ”, acrescenta o comunicado.

A crise começou em Novembro de 2020, após a Etiópia acusar ex-líderes da Frente de Libertação do Povo Tigray, ou TPLF, de ordenar um ataque a uma base do exército na região.

Tropas enviadas pelo líder da Etiópia, o primeiro-ministro Abiy Ahmed, rapidamente expulsaram a TPLF das principais cidades e vilas, mas ainda há relatos de combates de guerrilha em Tigray.

Mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas pela guerra.

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