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Greve na ESAL entra na terceira semana e cidadãos consomem água suja de valas


Greve na Empresa de Águas e Saneamento do Lobito (EASL), Benguela, Angola
Greve na Empresa de Águas e Saneamento do Lobito (EASL), Benguela, Angola

Dívida de 352 mil dólares para com a Segurança Social continua a dividir as partes em contradição.

Sem fim à vista, a greve na Empresa de Águas e Saneamento do Lobito (EASL), na província angolana de Benguela, continua a empurrar centenas de famílias para valas que irrigam campos agrícolas, que são a alternativa à falta de água nas residências, tanto para o consumo como para serviços domésticos.

reve na empresa de águas do obito leva pessoas a consumire água imprópria – 2:27
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Presente nas negociações entre os trabalhadores e o Conselho de Administração, o Sindicato da Administração Pública, Serviços e Saúde considera que está difícil ultrapassar o que chama de marasmo.

Na terceira semana daquela que é a mais prolongada greve em quase 10 anos de existência da EASL, munícipes da Catumbela, saídos das zonas altas em direcção a valas de irrigação, intensificam o apelo à solução do impasse, temendo problemas de saúde.

"Isso porque somos obrigados a beber água que não é tratada, correndo risco de apanhar doenças, isso está difícil”, reclama a cidadã Graciete Muenda.

“Aqui na horta há muita água, lá no bairro que precisa não tem”, prossegue Fernanda Luísa, camponesa, ao passo que o pequeno Manuel, estudante, explica que “é porque os homens das Águas estão em greve”.

A paralisação chegou a deixar hospitais, escolas e fábricas sem água, mas os grevistas decidiram manter funcionais as condutas para estas unidades.

O mesmo não acontece em relação às residências, prevalecendo a Comissão Sindical a exigir a satisfação dos 17 pontos de um caderno reivindicativo que prioriza o pagamento atempado de salários e da dívida de 216 milhões de Kwanzas (cerca de 353 mil dólares) para com a Segurança Social.

Nesta quarta-feira, 22, segundo dia de negociações, o líder do Sindicato da Administração Pública, Saúde e Serviços, Custódio Cupessala, falou à VOA do essencial da reivindicação.

“Primeiro mesmo é o pagamento pontual de salários , o pagamento da segurança social, porque há uma grande dívida, assim como subsídios de saúde, alimentação e efectivação de muitos trabalhadores ainda com contratos”, resume o sindicalista.

O Conselho de Administração procedeu já, com algum atraso, ao pagamento do mês de Agosto, mas nem isso serviu para levantar a greve.

Os gestores da empresa têm vindo a sustentar que, em obediência à legislação, devem ser observados serviços mínimos, tendo em conta as já mencionadas unidades como hospitais e escolas.

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