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Gravidez precoce em Moçambique atinge proporções alarmantes


Em 2011, mais de 42 por cento das jovens moçambicanas declararam ter tido um filho antes dos 18 anos e cerca de 8 por cento antes dos 15 anos.

Em 2010, o número de adolescentes no mundo era estimado em 1 bilião e duzentos milhões, perfazendo cerca de 18 por cento da população mundial. A maior parte desses adolescentes, ou seja, 88 por cento, vive nos países em desenvolvimento.

Um desses países é Moçambique que, a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), continua a ser aquele que tem a mais elevada taxa de gravidezes na adolescência.

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Segundo dados oficiais relativos a um inquérito feito em 2011, mais de 42 por cento das jovens moçambicanas declararam ter tido um filho antes dos 18 anos e cerca de 8 por cento antes dos 15 anos.

A manter-se a actual prevalência de gravidezes prematuras, o país terá cerca de 730 mil raparigas mães, menores de 18 anos, em 2030, uma situação que preocupa muito o Fundo das Nações Unidas para a População(FNUAP).

Para a representante do FNUAP em Moçambique, Bettina Maas, quando uma rapariga fica grávida, o seu presente e o seu futuro mudam radicalmente.

A probabilidade de abandono escolar aumenta, as oportunidades de emprego dominuem, a sua saúde fica em risco e agrava-se a sua vulnerabilidade à pobreza, exclusão e dependência.

Esta é a realidade a que quase metade das adolescentes moçambicanas estão expostas, especialmente aquelas que residem nas áreas rurais, as menos escolarizadas e de famílias de baixo nível económico.

Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a População lançou o seu relatório anual sobre a situação da população mundial, referente ao ano 2013. E, em Moçambique, a agência da ONU lançou igualmente um suplemento daquele relatório: “Gravidez na adolescência: desafios e respostas de Moçambique”.

Um documento de 25 páginas onde o FNUAP analisa o problema e propõe caminhos para eliminar ou reduzir a gravidez precoce neste país da África Austral.

Uma das estratégias que o FNUAP entende ser das mais eficazes é o envolvimento multisectorial e disciplinar na abordagem das soluções.

Todos os actores governamentais, agências das Nações Unidas e outros parceiros devem envolver-se.

Uma das recomendações do FNUAP é que se invista forte na educação da rapariga, bem como no acesso dos adolescentes e jovens à educação sexual compreensiva e apropriada para a idade.

O FNUAP vai investir este ano cerca de 5 milhões de dólares americanos em programas relacionados com a saúde, em especial a saúde sexual e reprodutiva da rapariga.
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