O Governo da África do Sul, durante o Apartheid, preparou uma unidade paramilitar para infectar a população negra do continente com Sida, particularmente na África do Sul e em Moçambique.
A revelação está no documentário Cold Case Hammarskjöld, citado neste domingo, 27, pelo jornal inglês The Independent, e que estreou neste fim-de-semana no Sundance Film Festival.
“Um ex-membro do Instituto Sul-Africano de Pesquisa Marítima (SAIMR) disse que o grupo "espalhou o vírus" a pedido de seu excêntrico líder Keith Maxwell, que queria um país de maioria branca onde "os excessos dos anos 1960, 70 e 80 não têm lugar no mundo pós-Sida”, escreve o jornal, citando o ex-oficial de inteligência do SAIMR, Alexander Jones.
Maxwell, que segundo a mesma fonte, tinha poucas qualificações médicas, estabeleceu-se como um médico para tratar sul-africanos pobres e negros.
"Que maneira mais fácil de obter uma cobaia do que [quando] você vive num sistema de Apartheid?", pergunta Jones no documentário, acrescentando que “os negros não têm direitos, precisam de tratamento médico".
Alexandre Jones disse que o SARMR também operava fora da África do Sul.
"Nós estávamos envolvidos em Moçambique, espalhando o vírus da Sida através de condições médicas", garantiu.
O jornal escreve que fontes seguras acreditam que SAIMR tenha ligações secretas com as forças armadas do Apartheid na África do Sul.