A diretora da Polícia Judiciária (PJ) de São Tomé e Príncipe, Maribel Rocha, foi afastada do cargo pelo Governo.
A decisão foi anunciada na segunda-feira, 28, pelo Executivo que nomeou para o lugar Aurito Vera Cruz, superintendente e, até agora, vice-comandante da Polícia Nacional.
Maribel Rocha é apontada como estando envolvida num caso de desaparecimento de droga da sede da PJ.
A revelação esteve na origem de uma troca de acusações entre o Presidente da República e o Governo, que na altura decidiu retirar confiança ao Procurador-Geral da República.
Evaristo Carvalho manifestou “espanto e profunda indignação” com a posição do Governo e, de seguida, convocou o Conselho de Estado e ameaçou demitir o Executivo caso não houvesse uma remodelação governamental.
No dia 19, o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus mexeu no Governo.
O desentendimento entre o Executivo e o Presidente da República “deve servir de lição para os dirigentes políticos”, diz o analista Liberato Moniz.
Para ele, o Executivo “não pode continuar a proteger pessoas alegadamente envolvidas em atos ilícitos só por questões partidárias" alertou Moniz.
O também analista Óscar Baía considera que o primeiro–ministro, Jorge Bom Jesus “esteve mal ao tentar proteger a diretora da Polícia Judiciária depois desta ter sido constituída arguida pelo Ministério Público no caso de desaparecimento de droga nas instalações da PJ”.
Além de vice-comandante da Polícia Nacional, Aurito Vera Cruz foi também Inspetor Geral da Polícia Nacional.