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Governo moçambicano não decide sobre resposta ao terrorismo, apesar das ofertas de ajuda


Filipe Nyusi, Presidente moçambicano, em Maputo, 15 janeiro 2020
Filipe Nyusi, Presidente moçambicano, em Maputo, 15 janeiro 2020

Ministro da Defesa de Portugal disponibliza ajuda

Vários países da região e do mundo têm manifestado interesse em apoiar Moçambique no combate a ações terroristas, na província de Cabo Delgado, porém o porta-voz do Conselho de Ministro, Filimão Suaze, veio a público dizer que o apoio militar está fora de questão.

Governo moçambicano não decide sobre resposta ao terrorismo, apesar das ofertas de ajuda
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Tal afirmação é feita na semana em que a imprensa sul-africana reportou que as autoridades locais enviaram equipamento militar para apoiar no combate ao terrorismo.

“No quadro do exercício da nossa soberania, não nos vinculamos diretamente aos comentários feitos por um pais ou outro”, disse Suaze, que é vice-ministro da Justiça.

Para o analista politico Muhamad Yassine, este posicionamento do Governo de Moçambique está relacionado com o facto de ainda não ter dado a SADC e os demais países a informação correcta sobre o problema que está a acontecer em Cabo Delgado.

Qual é o real problema de Cabo Delgado

Yassine diz que “a questão fundamental que a SADC trás e que é difícil para Moçambique responder é: qual é que é o verdadeiro problema de Cabo Delgado?

Para este analista e ex-deputado "vende-se a teoria do DAESH Estado Islâmico), a teoria das islamização, mas essas teorias acabam por cair por terra quando o que acontece por lá diverge do que se diz".

A continuar, Yassine explica que "Moçambique está num dilema muito grande, porque a mensagem que vende para a Europa não é a mesma que consegue vender para a SADC, porque esta última está mais próxima e conhece uma realidade diferente daquela que é propagada".

Outro analista, Julião Arnaldo, acredita que tendo em conta as relações históricas, Moçambique acabará por receber apoio por parte dos países da SADC, com destaque para a África do Sul.

Mas o analista Ismael Nhacuco insiste que Moçambique deve abrir-se para que possa receber o devido apoio no combate ao terrorismo.

“Em termos militares, equipamento e logística quem efectivamente tem condições reais de apoiar é a África do Sul e Angola (...) já deveríamos ter, muito antes disto ter ido conversar com eles”, disse Nhacuco.

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