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Governo de Bissau não reage, mas acompanha com atenção o que se passa em Conacri


Carro blindado no bairro de Kaloum Armoured, em Conacri
Carro blindado no bairro de Kaloum Armoured, em Conacri

Analistas dizem que golpe militar pode ter efeitos de encorajamento e contágio da África Ocidental

O Governo da Guiné-Bissau não se pronuncia sobre a situação político-militar na vizinha Guiné-Conacri, mas diz estar a acompanhar o pós-golpe, bem como observadores e a comunidade guineense radicada em Bissau.

O ministro do Turismo e porta-voz do Governo, Fernando Vaz, disse que, por enquanto, não há nenhuma posição oficial das autoridades guineenses, que acompanham a situação e reforçaram a segurança nas fronteiras entre os dois países

“Como sabe as fronteiras estavam fechadas por iniciativa do Governo da Guiné-Conacri. Neste sentido e desde esta altura que reforçamos a nossa presença na fronteira”, limitou-se a dizer Vaz.

O antigo quadro da CEDEAO e analista político Rui Landim, não tem dúvidas que a situação no país vizinho vai ter implicações não só para a Guiné-Bissau, como para o resto dos países da região.

“A implicação disso, não passa de encorajamento. A seguir vem a Guiné-Bissau, Mauritânia, quem sabe, Gâmbia, Senegal, pois estamos num contexto do regresso dos golpes de Estado e do poder militar”, vaticiou Landim.

A par de outras organizações internacionais, a CEDEAO já reagiu condenando o Golpe de Estado na Guiné-Conacri, uma posição encarada com alguma naturalidade por parte de alguns observadores em Bissau.

Aliás, no entender de Rui Landim, a posição da organização não terá implicações porque a CEDEAO tem a sua credibilidade em causa devido à sua actuação em casos semelhantes.

“A cada dia que passa, a credibilidade da CEDEAO vai tornando-se numa lamaceira”, diz.

Por seu lado, o jornalista e professor universitário Armando Lona lembra que “uma coisa é declarar os princípios, outra coisa é ter a capacidade efectiva de monitorar a governação nos Estados membros, e esta é a parte fraca da CEDEAO”.

Lona diz que “não se deve correr só atrás dos prejuízos, como temos assistido”, mas alerta para um denominador comum no argumento dos movimentos golpistas nos dois últimos países.

“As razões evocadas pela Junta Militar no Mali, que destituiu o Presidente Abubacar Keita são as mesmas razões evocadas pelo novo Comité na Guiné-Conacri, então ninguém deveria ficar surpreendido que essa prática se continuar a verificar nos outros países vizinhos”, completa aquele analista que, como outros obervadores, receia “efeitos de contágio" do golpe em Conacri no actual na subregião.

Militares derrubaram no domingo, 5, o Presidente Alpha Condé e assumiram o poder.

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