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Governo angolano suspende processo de legalização de igrejas


Comunidade islâmica acusa Executivo de violar a constituição

A comunidade islâmica em Angola criticou nesta quinta-feira, 21, a intenção do Governo de suspender a legalização das igrejas e seitas ainda não reconhecidas, conforme anúnciou recentemente um alto funcionário governamental.

Lider muçulmano critica decisºao do governo angolano - 2:47
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O representante da comunidade islâmica em Angola, David Alberto Djá, considera que a intenção do Governo viola a Constituição da República que defende a liberdade religiosa, de crença e culto.

Dja diz não ter recebido qualquer notificação do Governo sobre o asssunto e que os fiéis continuam a celebrar os cultos normalmente.

Entretanto, o psicólogo Sanda Wa Makumbu considera correcta a decisão do Governo alegando que muitas igrejas se tornaram "num factor de conflitos e divisão das famílias".

Processo suspenso

O director-geral do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos, Castro Maria, revelou recentemente que o Executivo decidiu suspender o processo de legalização de cerca de duas mil igrejas, distribuídas por quatro plataformas ecuménicas.

Castro Maria anunciou que todas as igrejas que estão em situação ilegal vão ser encerradas, alegadamente por muitas delas se aproveitarem da palavra de Deus para promoverem a promiscuidade e extorquir dinheiro à população.

Castro Maria afirmou que muitos dos líderes desses igrejas não têm formação teológica e que surgem igrejas quase todos os dias em Angola.

Aquele responsável defendeu ser necessário colocar um ponto final no que qualificou de “desordem e confusão”.

O funcionário insistiu que “muitos líderes desses igrejas têm estado a aproveitar-se da ignorância, da falta de conhecimento e da vulnerabilidade das pessoas, levando-as a acusar crianças de feitiçaria e a realizar práticas que desvirtuam o verdadeiro papel da igreja na sociedade.

Castro Maria revelou que o Ministério da Cultura controla 81 igrejas cristãs e 72 associações eclesiásticas legalizadas e autorizadas a desenvolverem a sua actividade em todo o país.

A religião islâmica não foi reconhecida pelo Governo angolano e em 2013 foram encerradas mais de 60 mesquitas, algumas das quais foram destruídas pela Polícia.

A comunidade muçulmana está estimada em 900 pessoas.

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