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Governo angolano refuta informação de envio de supostos “mercenários” para combater na Ucrânia 


Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e João Lourenço, Presidente de Angola, Luanda, 25 Janeiro 2023
Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e João Lourenço, Presidente de Angola, Luanda, 25 Janeiro 2023

Numa "Nota de Protesto, o Ministério das Relações Exteriores diz que "rejeita veementemente essas informações falaciosas que constituem uma vontade deliberada para manchar e desacreditar a boa imagem das autoridades angolanas ao mais alto nível".

O Ministério das Relações Exteriores de Angola (MREX) diz rejeitar a notícia diulgada nesta sexta-feira, 24, sobre o envio de mercenários nacionais para combater na Ucrânia ao lado da Rússia.

Numa "Nota de Protesto” enviada à imprensa, o departamento dirigido por Tete António "rejeita veementemente essas informações falaciosas que constituem uma vontade deliberada para manchar e desacreditar a boa imagem das autoridades angolanas ao mais alto nível".

Este posicionamento surge depois de o Ministério ter tomado conhecimento da notícia divulgada pela estação televisiva CNN-Portugal, segundo a qual o "Governo da República de Angola procedeu ao envio de mercenários angolanos para combater na guerra que opõe a Rússia e a Ucrânia, uma acção supostamente acordada durante a visita a Luanda de Sua Excelência Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa".

A diplomacia angolana ainda diz lamentar o facto de a CNN-Portugal não ter exercido o contraditório, "quando teve toda a possibilidade de o fazer" e manifestou “o seu desagrado junto das autoridades portuguesas perante o prejuízo causado por este acto irresponsável e reiterado da CNN-Portugal".

Para o Governo angolano, "esta acção da estação de televisão CNN-Portugal em nada abona o bom relacionamento entre a República de Angola e a República Portuguesa".

O MREX conclui que "Angola já foi vítima de mercenarismo nos primórdios da sua independência, tendo sempre condenado tais acções, tomando medidas enérgicas e exemplares para desencorajar práticas do género".

A origem

A notícia de que mercenários tinham sido contratados em Angola foi citada por vários meios de comunicação que se referiram a uma informação divulgada pelo portal Centro de Resistência Nacional (NRC), da Ucrânia, na quinta-feira, 23.

O site, que se apresenta como sendo "criado pelas Forças de Operações Especiais das Forças Armadas da Ucrânia para apoiar e coordenar aqueles que lutam pela libertação da nossa terra dos invasores russos", escreveu que "para cobrir as grandes perdas, os russos planeiam atrair ainda mais mercenários, cuja perda não causa tensão social na sociedade russa”.

"Sim, os ocupantes esperam atrair até dois mil mercenários da Bielorrússia", continuou o portal que indica a empresa de segurança GuardService, “a primeira empresa desse tipo na Bielorrússia e foi criada por um decreto especial de Alexander Lukashenko em 2019".

"Além disso, sabe-se que cerca de 100 mercenários de Angola chegaram à Federação Russa. A participação na guerra foi negociada pessoalmente pelo chefe do Ministro das Relações Externas da Rússia, Sergey Lavrov, durante sua visita ao país africano", conclui o portal.

Recorde-se que Angola absteve-se nas duas votações nas Nações Unidas que condenaram a invasão russo e votou a favor da resolução que condenou a anexação de territórios ucranianos pela Rússia.

O Governo de Angola tem feito vários apelos para o fim da guerra.

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